O lugar de líder é invejado e ambicionado. No entanto, se quem o inveja e ambiciona soubesse o que custa, talvez não o invejasse nem ambicionasse.
Em primeiro lugar, quando chegamos a um lugar de liderança tornamo-nos alvos: alvos daqueles que nos querem tirar o lugar e alvos da crítica.
Com o tempo, aprendemos a lidar com uns e com outros.
Em segundo lugar, há o peso da responsabilidade (isto para quem leva os seus cargos a sério).
Com o tempo, ganhamos maturidade.
Em terceiro lugar, há que transmitir a um grupo mais ou menos alargado de pessoas uma mensagem, uma visão, um objectivo, com vista a obtermos um determinado comportamento dessas pessoas. Nos grupos que lidero, mais que comportamentos, mais do que gestos eu procuro atitudes. Procuro em cada um dos meus colaboradores a personificação da mensagem, da visão, do objectivo.
Com o tempo, aperfeiçoamos a comunicação. Contudo, é quando falhamos neste aspecto que mais nos sentimos “incompetentes”.
É muito fácil culpar os colaboradores. Mas o difícil é perceber porque é que eles falharam e, mais difícil ainda, perceber o que é que fizemos, ou não fizemos, para que isso acontecesse.
Acreditem que é duro, frustrante, perceber que fomos nós que não transmitimos a mensagem da melhor forma. Mas é igualmente reconfortante quando percebemos onde erramos.
Este fim de semana vivi um desses momentos, em que colaboradores meus não apresentaram o comportamento que eu esperava. Mas, quando analisei bem as suas acções, apercebi-me que fizeram exactamente o que eu lhes tinha pedido e foi nesse momento que concluí que o problema era meu. Passei demasiado tempo focado na tarefa e não no resultado, e acabei por obter precisamente o inverso daquilo que pretendia.
Agora sei que tenho que mudar, ainda não sei como, mas já estou no ponto de partida.