Texto inicialmente publicado no Facebook, a 29 de Abril de 2021
Olhando com uma certa distância para esta obra, acho que, em essência, não é nada de extraordinário. Mas teve um importante papel na altura em que caiu nas nossas estantes. Abriu as nossas mentes para outros tipos de música e outras sonoridades.
Antes de Ross Roy, Jacob de Haan já andava por aí disfarçado de Ron Sebregts, com os seus arranjos ligeiros, e em nome próprio com o famoso “Oregon”, que também chegou a ter bastante protagonismo em finais dos anos 90, inícios dos anos 2000.
Mas foi Ross Roy que nos fez perceber, de forma lapidar, que as bandas poderiam soar de outra forma, que não estávamos condenados a tocar transcrições para o resto da vida e que os naipes de percussão tinham que, forçosamente, começar a alargar em recursos humanos e materiais. Os tempos de caixa, bombo e pratos. Tinham chegado ao fim.
E, ainda hoje, o Ross Roy continua a ser “rompidinho”. Como outras peças já abordadas aqui, fica sempre bem e dá para preencher aquele espacinho antes da missa, ou da procissão.
Obra encomendada a Jacob de Haan pela “St. Peters Wind Symphony” de Brisbane, Austrália. “Ross Roy” é o palacete monumental de finais do século XIX onde o St. Peters Lutheran College foi fundado em 1945. O palacete sempre foi o símbolo da escola. Nesta composição, Jacob de Haan vê o “Ross Roy” como uma metáfora dos anos passados na escola (um monumento no tempo), onde se forma a personalidade.
“Ross Roy” aborda temas como a disciplina, a amizade e a multiplicidade de culturas da escola. Foi estreado a 22 de Agosto de 1997.
Aqui fica na interpretação da Banda Comércio e Indústria das Caldas da Rainha, dirigida pelo próprio compositor.