Ontem, por esta hora, festejava-se por todo o país a passagem da selecção portuguesa de futebol à fase final do Campeonato Europeu de Futebol.
Até aqui, nada de novo.
Porém, em minha opinião, pouco ou nada havia para festejar.
Num grupo competitivo recheado de selecções fracas, todas elas uns bons lugares abaixo de Portugal no rankig da FIFA, a nossa selecção quedou-se por uma prestação sofrível, realizando apenas um jogo bom (Portugal – Bélgica). Todas as outras partidas foram péssimas, muito mal jogadas e, pode-se dizer, que Portugal acabou por ter muita sorte, ainda para mais se tivermos em conta que não ganhamos a nenhum dos nossos adversários directos.
Scolari teve do seu lado a sorte que o levou a ser campeão do Mundo pelo Brasil; a sorte que o levou à final do Euro 2004 e a sorte que o levou às meias-finais do Campeonato Mundial.
Como deu para perceber, esta sorte está para acabar e, se nada mudar urgentemente na nossa selecção, o Euro 2008 será vergonhoso.
Mas, o que mais me entristece é ver um país satisfeito com o suficiente. Um país que regozija ao ver a sua selecção de futebol empatar a zero com uma selecção de nível inferior.
Mais uma vez, o futebol é o retrato do país. Um país que anda sempre à procura dos mínimos, sem se preocupar com a excelência.
Um país que prefere segurar o ponto do empate, do que procurar os três da vitória.
Um país que gere mas não arrisca.
Um país que encontra a sua felicidade na miséria alheia – “a Inglaterra não passou!”.
Um país que vai continuando a acreditar na sorte, em vez de a construir.
Quem me conhece, sabe que, apesar de tudo, adoro o meu país e sou o primeiro a defender Portugal nas situações mais adversas. Contudo, esta atracção lusitana pela mediocridade, pelas soluções fáceis, pelo desenrasque, pela procura constante dos “números do euromilhõe”, deixa-me agastado.
Viva Portugal!