Texto publicado originalmente, a 28 de Abril de 2021, no Facebook:
Hoje eu teria tanto, mas tanto para escrever… Vou tentar não dispersar.
A secção 2/4 desta obra é das coisas mais lindas jamais escritas para banda. Em Portugal e no Mundo. Há ali qualquer coisa na melodia, na harmonia, no ritmo, que me faz arrepiar de alto abaixo… Não sei bem o quê, não consigo descrever, mas quando chega aos compassos entre o minuto 2’09 e 2’14 eu viajo sei lá para onde… Aquilo “bate” de uma maneira…
Claro que sou suspeito, porque sou amigo e admirador do compositor, mas acho que pouca gente ficará indiferente ao “Palha Blanco”.
“Palha Blanco” é uma obra recente (15 anos) mas é e será um clássico.
Em 2006, realizava-se a primeira edição do concurso de Vila Franca e Afonso Alves recebia a encomenda para escrever a obra obrigatória da secção “Tauromaquia”. Nascia assim um dos mais belos e emocionantes pasodobles “taurinos” do Mundo. E não estou a exagerar. Ou, talvez esteja, mas a música é emoção e esta, em concreto, emociona-me.
Curiosamente, foi nesse ano que comecei a privar com o Afonso e, aquilo que começou por ser uma relação de Maestro-Músico, tornou-se numa relação de amizade que muito prezo.
Daqui a uns tempos falaremos de outra obra marcante de Afonso Alves mas, para já, fiquem com estas palavras:
“Compor é uma necessidade, é algo que faz parte de mim.
Preciso de respirar, alimentar-me, cuidar-me fisicamente e … compor.
Quando deixar de o fazer é porque uma parte de mim morreu.”
E aqui fica a música de Afonso Alves, pela Banda de Vilela, sob a batuta do José Ricardo Freitas: