António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Manifesto da Boa Educação

Outubro 10th, 2020

Dá beijinho à tia, ao tio, ao avô e à avó. Diz bom dia, boa tarde e boa noite. Pede por favor e agradece. E já está. És bem educado. Ah… e não te esqueças de comer com a boca fechada.

És bem educado e já está.

Cumpres as normas sociais e isso faz de ti uma pessoa bem educada.

Em tudo o resto podes ser uma besta. Desde que distribuas beijinhos e “bacalhaus”.

Quando era miúdo faziam-me cócegas mesmo sabendo que eu não gostava, principalmente sabendo que eu não gostava. E riam-se. Depois, o mal educado era eu, por não gostar de cumprimentar ninguém.

Chamavam-me lorpa. Tive um tio que nunca ouvi a pronunciar o meu nome. E eu era o mal educado.

Tinha quatro anos quando informaram a minha Mãe de que eu era mal educado. O teu filho não entra em nossa casa. E eu ouvi tudo atrás da cortina. Que falta de educação.

No trabalho, tens que cumprimentar toda a gente quando chegas. Não basta um “bom dia”. Não. É preciso ir ponto a ponto, distribuir “bacalhau”. Depois, durante o dia, o chefe insulta-te e trata-te como um escravo, os teus colegas sacodem o trabalho deles para cima de ti, atendem-se os clientes com duas pedras em cada mão, não há solidariedade nem espírito de equipa, mas a boa educação… ah… o cumprimento, o passou-bem, apaga tudo. Somos todos bem educadinhos.

Interrompes reuniões, ensaios, ou conversas com os teus sonoros “boa noite!” e desatas a cumprimentar toda a gente? Boa! Isso é que é boa educação. Entrar discretamente, sem perturbar é uma falta de respeito, isso sim.

Chegas atrasado? Não importa! Desde que cumprimentes! É imperial cumprimentar. Deixaste 20 pessoas à tua espera, mas isso não é falta de educação… não.

E se vais ao café ver a bola, cumprimenta toda a gente, mesmo quem não conheces. Interrompe o jogo às pessoas, coloca a mão estendida por cima do ombro delas e não desistas enquanto o mal educado não vir o teu gesto de bondade.

Tens o teu lugarzinho no céu.

Bendita pandemia que acabou com esta palhaçada da “boa educação”. Porque, grande parte das vezes, não estamos a ser bem educados, estamos apenas a ser cínicos.

Lamento. Mas, cumprir normas e protocolos sociais não faz de ti bem educado.

Faz parte, mas não é tudo.

Digo eu, especialista na matéria, que cresci com o rótulo de mal educado. Cresci e vivi. Porque não gosto de cumprimentar pessoas, ou melhor, não gosto de cumprimentar todas as pessoas em todas as situações… entendem a diferença?

Porque às vezes distraio-me e mastigo de boca aberta. Tenho os maxilares bastante desalinhados e o nariz constantemente entupido. Fica difícil. Desculpem o mau jeito. Olhem para outro lado.

Não adianta cumprires o protocolo se, depois, na verdade, não respeitas os outros e o respeito não se mede pelo cumprimento.

Mede-se pelas atitudes, pela postura. Como se costuma dizer: saber estar.

Procurar entender, perceber o outro. Analisar antes de emitir juízos de valor. Ponderar. Perdoar. Talvez o perdoar seja o topo da boa educação. Talvez…

Saber discutir, argumentar, expor pontos de vista sem ferir, magoar ou insultar.

Saber ouvir.

Saber abdicar de nós mesmos, em prol do outro e do bem comum.

Ajudar, saber ajudar. Estar disposto a ajudar.

Entender que vivemos em sociedade e temos um papel a desempenhar e um contributo a dar.

Perceber de que forma as decisões políticas influenciam a nossa vida.

Aprender e saber sempre mais. Ser informado. Expandir a mente com novos desafios: ler, ler muito, livros e jornais; ouvir música diferente daquela que as rádios nos impingem; ir a museus, visitar monumentos.

Porque não te adianta nada cumprires com todas as regrazinhas que te ensinaram em criança, se depois és uma besta.

(afinal… talvez eu seja mesmo mal educado…)

Graças com Deus: muitas!

Setembro 28th, 2020

Subverti, propositadamente, o ditado popular.

Cresci a ouvi-lo demasiadas vezes. “Menino de coro”, “coninhas”, certinho e direitinho, a minha rebeldia era o humor e ultrapassar os seus supostos limites.

Os comentários inconvenientes e de mau gosto. Mais uma acha na fogueira dos que me rotulavam, sistematicamente, como mal educado.

(a minha aversão a beijinhos e passou-bens teve o seu corolário na Pandemia: obrigado COVID.)

“E se fosse contigo?”. Fiz uma piada no velório da minha mãe e a minha única pena foi ela não ter ouvido… ou será que ouviu?

Ela que, tantas vezes, entre gargalhadas abafadas me repreendia: “Ó filho, isso não se diz.” Mas eu sei ler olhos melhor que o Daniel Oliveira, e os olhos da minha Mãe diziam: és lixado.

Há um texto muito bom do Guilherme Duarte sobre os limites do humor ou a sua inexistência. Procurem, que eu não tenho paciência… está algures no Sapo.

Supondo a existência de um Deus, “clemente e compassivo, lento para a ira e rico de misericórdia”, como podemos igualmente supor que ele se ofende com uma piada?

É estranho, quando O Próprio, assume um sentido de humor tão acutilante.

Só um Deus divertidíssimo poderia polvilhar o Mundo, numa época em que a ciência e a tecnologia caminham para a Singularidade, de crominhos anti-vacinas, “terraplanistas” e outros “istas”.

Quando cientistas trabalham ao nível da nanotecnologia, nanorobótica e outros “nanos”, “ias” e “óticas”, vêmo-los a desfilar, ostentando a sua ignorância, como bandeira do seu orgulho: as vacinas que provocam autismo o 5G que visa controlar-nos a todos, o COVID que é um embuste, a Terra que termina ali na Corunha, a objecção de consciência ao Humanismo.

E Deus no seu Trono a rir-se.

Ai a sanidade mental…

Setembro 21st, 2020

As aulas regressaram e as escolas estão diferentes. Para o bem de todos. Um conceito difícil de entender: o bem de todos.

Dizíamos, não há muito tempo, que o Mundo ia mudar. Mas está na mesma, ou pior, porque o bem de todos passa ao lado.

Surpreende-me o pânico latente em muitos pais, com o início do ano lectivo. Com o risco dos filhos contagiados? Não. (seria legítimo, mas não).

Com o risco para a sua “sanidade mental.”

(as palavras não são minhas)

Mas expliquem-me isso da sanidade mental.

“As creches não deviam ter aberto, por causa da sanidade mental das crianças. Vão ficar traumatizadas.”

O meu filho de três anos, entra na creche feliz, aos saltos, mal se despede do pai. Ao fim do dia, quer ficar a brincar mais um bocadinho.

Expliquem-me o trauma nesta criança feliz. E nos amigos dele.

O mais velho (8 anos, 3º ano) regressou às aulas na semana passada. “Então, filho, a escola está muito diferente?”

“Não, está na mesma.”

(vamos fazer aqui uma pausa e ler novamente a frase acima…)

Os traumas sempre existiram. Os medos, as inseguranças, sempre estiveram lá.

Na primária, eu levava uma reguada por cada erro ortográfico num ditado. Pumba! Talvez por isso era raro dar um erro. Talvez por isso continue a irritar-me tanto quando vejo um erro ortográfico.

No ciclo, eu tremia de medo das aulas de trabalhos manuais.

No secundário, tinha pesadelos com trigonometria.

Na faculdade, panicava com estatística.

Os adultos esquecem-se muitas vezes que a sua percepção da realidade é muito diferente da das crianças. As prioridades, as ordens de valores, são diferentes. Na maior parte dos casos, aquilo que para nós é um bicho de sete cabeças, para eles é simples.

O crescimento tem muitas quedas, muita dor, muitos pontos cosidos a agulha. Não há volta à dar, ou contrariamos a ordem natural das coisas.

A “sanidade mental” deles passará, certamente, por outros caminhos que nós até já percorremos, mas esquecemo-nos.

Cidadania: sermos “apenas” melhores pessoas

Setembro 14th, 2020

Ponto prévio: sou um gajo um bocadinho inclinado para a Direita, Cristão convicto e praticante. Já fui militante do PSD.

Por isso… (pausa para respirar fundo) fico agastado quando vejo a tentativa de associar a disciplina de Cidanania à Esquerda. Os conteúdos e os objectivos abordados não deviam ser de Esquerda ou Direita, desta ou daquela religião, deviam ser da Humaninade.

Acredito que, apesar de eventuais falhas, a disciplina de Cidadania tem mais virtudes que defeitos. E, essas virtudes, espero eu, vamos vê-las daqui a uns anos:

– quando juízes deixarem de por à solta homens que agridem violentamente as suas mulheres;

– quando desaparecer o provérbio “Entre marido e mulher, não se mete a colher…”

– quando deixarmos de acordar com notícias de pretos que são agredidos, assassinados, enquanto ouvem “vai para a tua terra”;

– quando acabarem as perseguições e espancamentos a transexuais, que acabam a morrer lentamente num buranco imundo (caso “Gisberta”, para quem não está recordado);

– quando um adolescente deixar de ter medo, ou vergonha, ao descubrir que é homossexual, ou outra coisa qualquer e reprimir a sua sexualidade durante anos;

– quando terminar o bullying ou, pelo menos, deixarmos de achar que o bullying é uma coisa normal e que até “faz bem”;

– quando revisores da CP deixarem de assediar passageiras só por causa de um decote e terminar de vez a conversa do “pôs-se a jeito”;

– quando deixarmos de pôr a culpa nas vítimas;

– quando pararem os comentários começados por “Eu não sou homofóbico, mas…”;

– quando deixarmos de olhar de lado para dois homens, ou duas mulheres, a trocarem carinhos;

– quando deixarmos de julgar e condenar as pessoas pela roupa que vestem;

– quando percebermos que a sobrevivência do Planeta está nas nossas mãos e nos nossos comportamentos;

– quando animais deixarem de ser torturados para gáudio da multidão;

– quando formos todos mais empáticos e respeitarmos a diferença, mesmo que não concordemos e não se enquadre nos nossos valores.

Acima de tudo, espero que os meus filhos construam um Mundo onde deixe de ser necessária uma disciplina onde se ensine “apenas” a sermos melhores pessoas.

FOI NA BOLA – O FAIR PLAY É UMA TRETA

Setembro 1st, 2020

Antes de ser o treinador da moda e do regime, ou da moda do regime, JJ era famoso pelos seus tiros no porta-aviões, mesmo que expressos de forma gramaticalmente questionável.

Ao serviço do Braga, depois de ter sido roubado escandalosamente contra o agora seu clube, afirmou: ganhar na Luz, só na PlayStation.

Ao serviço do Belenenses, antes de um jogo contra o agora seu clube, afirmou: o fair play é uma treta.

O povo e a opinião pública tendem a definir o fair play como um conjunto de gestos, ritos e cerimoniais que, na verdade, em nada têm a ver com fair play.

Fair play, no fundo, é competir de forma justa. Nada tem a ver com palminhas, corredores de honra ou mandar a bola fora quando um adversário está lesionado.

Fair play é entrar no jogo para ganhar, dar o máximo para o conseguir e fazê-lo de forma justa.

Tudo o resto é folclore.

Pavilhão de Crestuma. Futebolada de sábado de manhã.

Ela estava à minha frente, redondinha, pronta. Olhei para ela, olhei para a baliza. Mesmo sendo uma nódoa em geometria, cometendo a proeza de, até com a régua, desenhar linhas tortas, percebi que, com determinada força, determinada direcção… era golo.

Na melhor gíria futebolística, puxei a culatra atrás.

Não é que tenha muita força, mas ali, foi alguma.

Só que… uma adversária (sim, tínhamos raparigas a jogar… e muito bem!), viu o mesmo que eu. Viu a redondinha, a linha recta para a baliza e a força que eu preparava para aplicar na bola. Corte providencial, mas o meu pé já não foi a tempo de parar e encontrou, no local onde milésimos de segundo antes estava a bola, o pé da rapariga. Estrondo.

“Oh António! Tu és tolo! Viste o que fizeste?”

Mas eu só queria chutar a bola…

Pedi desculpa enquanto ela se contorcia de dores no chão. Fui rodeado “eh pah… estamos aqui para nos divertirmos… não era preciso isso…”

Mas eu só queria chutar a bola.

Estádio de Braga. Janeiro de 2019. Final da Taça da Cerveja, ou lá o que é…

Oliver Torres está de olhos fixos na bola. E só na bola. Como eu, ele só quer chutar a bola, não para marcar golo, mas para a tirar dali para fora. O jogo aproxima-se do fim e, só agora, é que o adversário decidiu que quer ganhar de forma justa, depois de oitenta minutos de jogo passivo, a fazer de tudo para levar a decisão para os penaltys.

Durante oitenta minutos, só uma equipa teve fair play. Dentro do campo, na relva. Só uma equipa, a do Oliver, lutou para vencer. A outra escondeu-se na manha, na “chico-espertice tuga”. 

Oliver Torres está de olhos fixos na bola. Ele só quer chutar, mas um adversário, como a minha adversária, naquele momento, atravessa-se. Penalty.

A equipa do Oliver, pobre Oliver, acaba por perder no desempate.

A frustração é visível, audível, sensível… 

Não há espaço para mais nada no coração de quem deu tudo e perdeu de forma tão inglória.

As redes sociais, a opinião pública, o povo, vocifera contra a equipa do Oliver, por falta de fair play?

JJ tinha razão. O fair play, como nos querem vender, é mesmo o treta.

E o Oliver e eu, só queríamos mesmo chutar a bola.

CONVÉNIO – A Nova Convénio

Agosto 1st, 2020

Regressaram ao salão. Todos ocuparam novamente os seus lugares, incluindo Ester e a chorosa Míriam. “Mais valia que me tivesse matado.”

“Se vocês estavam, novamente, no Palácio da Convénio, o que foi que nós destruímos?”

“O Palácio da Convénio. O edifício é um ser vivo. Respira. Move-se, transforma-se, aparece, desaparece e auto-regenera-se. É verdade que nós na altura não sabíamos disso.

Fomos lá ter desesperados, em fuga, pela única saída que encontramos. Aquela era a Sala de Comando. Com as tais duas paredes de vidro por onde podíamos ver o Salão Principal do Palácio e outras quatro paredes, cada uma com uma mesa encostada, cada mesa com uma cadeira de executivo e um terminal de computador. Ficamos ali um pouco meio perdidos, sem saber, ao certo, onde estávamos e o que fazer. Até que as quatro paredes desmaterializaram-se numa espécie de ecrã, ou tela, como num cinema e lá no meio apareceu uma personagem conhecida.”

“Quem?”

“O Saúl.”

David fez uma pausa para um gole na sua bebida e reacender o cachimbo.

“O Saúl que tinha morrido no ataque…”, atirou Pôncio em jeito de pergunta.

“Ainda hoje não sei se esse gajo é morto, ou vivo. Estive com ele há algumas horas, antes de ter vindo para aqui.”

“Antes de te termos capturado.”, corrigiu Pôncio.

“Antes de eu me ter deixado capturar.”

“Seja. E a partir daí?”

“Saúl apresentou-se como a Memória da Convénio. Explicou-nos que éramos os únicos sobreviventes do ataque e que deveríamos dar início à Nova Convénio.”

“Mas como? Quatro recrutas inexperientes?”

David interrompeu bruscamente:

“Que te foderam a vida durante anos e um deles ainda aqui está, à tua frente, rodeado de gente que está com medo do que possa acontecer se eu estalar os dedos!”

Foi a vez de David perder a postura. Começava a ficar cansado. O dia ia longo e precisava urgentemente de umas horas sozinho para se recompor e recuperar o controlo da situação. Ansiava, agora, que o mandassem de volta à cela.

“Devo admitir que tens razão.”

Os oponentes tratavam-se agora por tu. Eram, de facto, velhos conhecidos e não havia mais razões para cerimónias.

“Voltando à Sala de Comando… O Saúl lá nos explicou que devíamos continuar o trabalho da Convénio, recrutar novos soldados no ano seguinte, ensinar o que sabíamos, etc. É claro que estávamos confusos, fizemos muitas perguntas, estivemos ali horas, até percebermos qual o próximo passo.”

“E qual foi esse passo?”

“Regressar a casa, às nossas vidas, às nossas famílias e aguardar pela primeira missão.”

“E foi isso que fizeram?”

“Eu, não.”

Pele

Julho 29th, 2020

Fecho os olhos
Porque amamos melhor de olhos fechados
Não preciso ver
Não precisamos ver
E, para te ver
Basta-me a pele
Um suave toque
Um doce encontro
Da minha com a tua

Cada centímetro
Cada poro
É um beijo apaixonado
É um beijo doce
Escondido num jardim que construímos de mão dada

Imóveis
Em silêncio
A nossa pele fala tanto
Viajamos no tempo
Aos dias sem fim
Em que o mundo era construído entre lençóis
E o suor era Música
e a Paixão dizia que serias minha para sempre

E a pele sempre presente
A falar-nos ao ouvido
A fazer palpitar o coração
Um único coração
Que forjamos a quente
No brilho das estrelas

A pele onde dormias
E eu te abraçava
De sorrisos perdidos no firmamento

A pele que era loucura
Risco, perigo, demência

A pele que sempre procuro
E onde nos encontro

Não calor ou frio que me afaste
Não há dor que me detenha
A tua pele sou eu
Serei sempre eu
Serei sempre teu

Do consenso ao confronto

Julho 26th, 2020

Ouvi hoje na TSF alguém dizer que, nos nossos dias, quem discute não procura consenso, mas confronto.

Lembrei-me de imediato de um amigo que dizia “na minha rua há gente que, se for preciso, paga para andar à porrada.”

Por isso as discussões são cada vez mais esforços vãos e estéreis. Não vale a pena argumentar, explanar pontos de vista se, do outro lado, só encontramos mentes duras, fechadas e que só querem fazer barulho.

“Andar à porrada”.

Não interessa ter, ou não razão. O que interessa é gritar e, se possível, insultando e diminuindo o outro.

Por alturas do 25 de Abril, apanhei um post no meu feed que dizia “e não adianta virem para aqui dar a vossa opinião, porque não me interessa”. Poética forma de defender a liberdade.

“Não me interessa.”

Tudo resumido em três palavras.

E o consenso, a paz de espírito, a tranquilidade até são vistos e interpretados como sinais de fraqueza, quando a História do Mundo nos mostra exactamente o contrário.

Paz.

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.