António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

“O Barbeiro de Sevilha” – Rossini

Agosto 8th, 2021

CLÁSSICOS FILARMÓNICOS

4ª Temporada – “Procura aí o papel…”

A abertura da ópera “O Barbeiro de Sevilha” foi a primeira obra clássica que o meu pai me apresentou. Teria eu uns 4 ou 5 anos, já sentia uma certa atracção por aqueles clássicos mais “orelhudos”, tipo “Guilherme Tell” ou “Orfeu nos Infernos”, mas não lhes conhecia o título. O “Barbeiro” teve direito a apresentação oficial.

Ele coloca o vinil a tocar e, a dada altura, diz-me:

– Esta é “O Barbeiro de Sevilha”, queres ver?

Acto contínuo, o meu pai começa a cantar uma letra da sua autoria em cima da primeira melodia do “Allegro”:

Ai! Faz-me a barba!

Ai! Faz-me a barba!

Ai! Faz-me a barba!

e corta-me o cabelo…

(imaginem se conseguirem…)

Anos mais tarde viria a tocá-la na Banda de Crestuma, na Marcial de Fermentelos e na Banda Visconde de Salreu. Terei tocado esta obra em mais algum lado? Talvez.

Il barbiere di Siviglia, Alma Viva o sia l’inutile precauzione (O barbeiro de Sevilha, Alma Viva ou a inútil precaução) é baseado na comédia Le Barbier de Séville, do dramaturgo francês Pierre Beaumarchais (livro que fiz questão de ler quando comecei a tocar a obra).

Esta famosa abertura foi composta originalmente para outra obra do compositor, “Aureliano in Palmira”, e usada posteriormente em “Elisabetta, regina d’Inghilterra”.

Rossini era bom nestas coisas de despachar expediente.

Quem também é muito bom nestas coisas dos arranjos é Franco Cesarini, cujo arranjo abaixo escutamos, pela Banda Comércio e Indústria das Caldas da Rainha.

 

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.