Não serão poucos os homens e mulheres que, chegados à casa dos trinta, entram em divagações nostálgicas sobre os tempos em que detinham metade dessa idade.
Essas recordações, porventura, serão mais acentuadas quando, por força de qualquer circunstância, convivem com rapazes e raparigas com metade da sua idade.
Recorrentemente, surgem expressões como “no meu tempo é que era…” ou “se eu soubesse o que sei hoje…”
Não me parece.
Este tempo continua a ser como o nosso tempo.
Há dias atrás dei por mim no meu carro, a transportar quatro seres humanos com metade da minha idade. Surpreendentemente, ou não, o ambiente, as conversas, as atitudes, os gestos, o modo de encarar a vida, eram os mesmos, vividos da mesma forma, que eu e os meus amigos vivíamos quando tínhamos metade da nossa idade.
Esta deambulação pelas brumas da saudade levou-me a outro ponto: desde puto que sempre achei que o mundo dos adultos seria uma seca. E é.
Talvez por isso, durante longos anos da minha vida, me recusei a “crescer”, não sendo as poucas vezes em que fui acusado de infantil e imaturo. “Whatever”. Se ser adulto é ser aquilo que a maior parte dos adultos é, então deixem-me ser puto.
Aliás, confrontando as recentes experiências que tive com pessoas com metade da minha idade, com pessoas da minha idade e com pessoas com o dobro da minha idade… A conclusão é apenas uma.