Não sei se, para os meus leitores assíduos, esta marcha é um clássico. Para mim, é. Para mim e, eventualmente, para duas gerações de músicos da Sociedade Filarmónica de Crestuma, nas décadas de 80 e 90, que tocaram sob a direcção do Maestro Joaquim Costa.
Era uma das obras “de bandeira” da banda, tocada sempre de forma enérgica e empolgante, fosse a abrir ou a encerrar concertos.
Johan Wichers, que também era conhecido como “O Rei da Marcha”, foi um trompetista, no início do século XX, que embora não tivesse formação musical formal, tornou-se um famoso compositor de marchas, sendo que as composições eram frequentemente baseadas nas suas experiências pessoais. “Mars der Medici” foi um agradecimento aos médicos que cuidaram dele durante uma longa recuperação no hospital. Internacionalmente, é um dos “hits” no estilo de marcha, mas em Portugal não é do que mais se ouve, talvez por nós termos as nossas marchas, também elas muito boas.
De qualquer modo, aqui fica um momento de saudade dos meus primórdios filarmónicos, com a “Mars der Medici”, interpretada pela Banda de Golães, sob a direcção de Filipe Silva, num registo do Grande Curador do Reportório Filarmónico, Damião Silva.