CLÁSSICOS FILARMÓNICOS
3ª Temporada – “Qual é que vai?”
– Já ouviste o novo medley do Luís Cardoso? É com músicas dos Scorpions!
– Deve ser fixe mas eu nem gosto assim tanto dos Scorpions…
Durante muito tempo não se falava noutra coisa. A obra este exclusiva da Banda de Paços de Ferreira e o mundo filarmónico salivava para que caísse no “domínio público”, salvo seja.
Até que um dia, num “ganso”, nas Feiras Novas de Ponte de Lima (essa “Meca” filarmónica) sai para a estante uma coisa chamada “Francisco Magalhães”.
– É isto o medley dos Scorpions!
Foi à primeira vista e foi como se um camião TIR me abalrroasse. Que impacto logo no primeiro compasso!
Depois dessa primeira vez, toquei-a muitas outras vezes.
Tempos mais tarde, cruzei-me com o Luís Cardoso e ele falou-me sobre a encomenda e o processo de composição do “Francisco Magalhães”, assente no concerto da banda rock alemã com a orquestra de Berlim.
Questões técnico-comerciais à parte, eu arrisco-me a dizer que este é o melhor medley-rock-filarmónico português. Se não for o melhor (classificação sempre subjectiva) é dos que dá mais “pica”.
Por consequência, também é dos mais mal tratados. E, como já referi anteriormente sobre outras obras do género, revela muito desconhecimento dos originais por parte de quem dirige e de quem toca, principalmente, no último tema. Comparem a velocidade a que os Scorpions tocam o “Rock You Like an Hurricane” e a velocidade a que as bandas o tocam neste medley. Uma vez, um maestro dirigiu aquilo tão rápido, que eu temi que o xilofone incendiasse e o próprio ficasse sem um braço.
Não obstante, apesar de ser uma obra relativamente recente, merece destaque e reconhecimento ao Luís Cardoso por ser um especialista no tratamento que dá ao rock.
Aqui fica dirigida pelo próprio compositor, à frente da Orquestra Filarmónica 12 de Abril:
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