Ontem, o meu amigo Indy, ficou escandalizado por eu não saber onde era o antigo edifício da PIDE, no Porto, actualmente o Museu Militar.
“Isso é porque tu fazes parte de um partido que não festeja o 25 de Abril!!!”, disse ele.
Fui para casa a pensar nisto e reflecti, sobre mim mesmo e sobre a História recente de Portugal.
De me interessa saber onde era a PIDE, se temos um Governo que suspende funcionários por contar anedotas sobre o Primeiro Ministro?
De me interessa saber onde era a PIDE, se temos um Governo que envia a polícia às sedes dos sindicatos para controlar e reprimir as manifestações?
De me interessa saber onde era a PIDE, num país em que o Estado dá o rendimento mínimo a pessoas com plasmas, Playstations e electrodomésticos de luxo em casa, e que depois andam aos tiros no meio da rua?
De me interessa saber onde era a PIDE, num país que permite que pedófilos adoptem crianças, em que se procura prender os polícias e libertar os criminosos, em que os professores perderam a autoridade e são agredidos quase diariamente pelos alunos?
Desde muito novo que participo nas comemorações do 25 de Abril, pela mão do meu partido. Desde muito novo que o meu partido me ensinou como é viver em liberdade, respeitando os outros, aceitando as suas opiniões e diferentes formas de pensar. Aliás, isso reflecte-se nas constantes lutas internas nesse mesmo partido.
Aliás, o fundador do meu partido, Sá Carneiro, ao contrário de outros, combateu a ditadura por dentro, de olhos nos olhos, sem medo. Nunca fugiu para França, nem para outro sítio qualquer, regressando depois armado em herói.
O fundador do meu partido, Sá Carneiro, não esteve envolvido no vergonhoso processo de descolonização que deixou milhares de português sem o fruto do seu trabalho de muitos anos.
O fundador do meu partido, Sá Carneiro, não descriminava e marginalizava os portugueses que regressavam de África, como faziam os partidos de esquerda.
O fundador do meu partido, Sá Carneiro, foi uma das pessoas que impediu que, após o 25 de Abril de 1974, se instalasse em Portugal uma nova ditadura, desta vez de esquerda.
Sim, eu festejo o 25 de Abril. Sim, o meu partido festeja o 25 de Abril. Mas, ao contrário da esquerda, eu olho para o futuro. Às vezes, a esquerda portuguesa parece ter saudades do Fascismo, só para poder fazer outra Revolução.
P.S. – O feriado que para mim tem mais significado é o dia 1 de Dezembro.