António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Eu não chorei no “Titanic”…

Março 1st, 2008

…porque simplesmente o filme não me emocionou.

Ontem, em conversa com dois colegas de trabalho,  fiquei a saber que é quase obrigatório chorar no “Titanic”. Aliás, antes de ter ido ver filme, já na fase derradeira de exibição, quase toda a gente me dizia: “Vais chorar tanto! É tão emocionante!”

No entanto, as pessoas esquecem-se que a noção de “emocionante” é muito relativa e nem todos nos emocionamos com as mesmas coisas.

No que diz respeito ao “Titanic”, por exemplo, o filme teve pontos em que chega a roçar o caricato, mas isto é apenas a minha opinião.

Contudo, há determinadas coisas na vida em que parece que a sociedade nos obriga a ter uma determinada postura. É obrigatório chorar no Titanic, é ultrapassado ser de direita, os animais são nossos amigos, as novelas da TVI não prestam, as férias são no Algarve… E por falar em férias! Uma vez, outro colega meu ficou chocado quando eu lhe disse que ia passar as minhas férias de Verão na Covilhã. A reacção dele foi “Então não vais para o Algarve?!?!?”

Não chorei no Titanic, sou de direita com muito orgulho, não acho assim tanta piada a animais, gosto das novelas da TVI e espero nunca ir passar férias ao Algarve!

Voltando à noção de “emocionante”, para que não fiquem com a ideia que tenho um coração de gelo, vou indicar-vos algumas coisas que de facto me emocionam:

– o final dos “Carmina Burana” de Carl Orff

– o filme “Shine, Simplesmente Genial”

– olhar para o mar revoltado num dia de chuva

– ouvir as V.E. a cantar

– ler os livros do Harry Potter e imaginar-me a voar numa vassoura sobre verdes montes da Escócia

– ouvir 3.000 pessoas, em pleno Coliseu do Porto, a cantar a plenos pulmões o “Porto Sentido” do Rui Veloso

– tocar clarinete durante 1h30, em improviso total

– a nona sinfonia de Beethoven

– o filme “Cidade dos Anjos”

– os filmes “Caça Fantasmas”

– os filmes Harry Potter

– ver 3.000 pessoas em pleno coliseu do Porto a fazerem em simultâneo o gesto do “É preciso ter calma”

– o Requiem de Mozart

…entre muitas outras coisas.

Como se costuma dizer, “o que seria do vermelho, se todos gostássemos de amarelo?”

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