Ponto prévio: não votei, não voto, nunca votaria no António Costa.
Ao longo do dia de ontem fiz uma aposta comigo mesmo: “sejam quais forem as medidas anunciadas pelo PM, no minuto seguinte, as redes sociais vão encher-se de críticos.”
Ganhei.
Está a morrer gente. Muita gente. Seja COVID, seja de outra coisa qualquer. O SNS está à beira do colapso (se é que já não está em colapso), os profissionais de saúde andam exaustos…
E, perante isto, toda a gente olha para o seu umbigo.
Ninguém se apercebe da dimensão da catástrofe iminente?
Quantas mais pessoas têm que morrer? Quantas mais empresas têm que falir? Quantos mais desempregados?
Custa assim tanto, por um mês, uma semana, um dia que seja, começarmos a pensar que vivemos em comunidade?
Até eu, egoísta assumido, percebo que isto não é sobre cada um, é sobre todos.
As escolas continuam abertas: chorrilho de críticas. Se tivessem sido fechadas, as críticas seriam em igual número.
Os mesmos que reclamam de não haver público nos estádios, agora reclamam de os jogos continuarem.
E os exemplos multiplicam-se.
Seja qual for o lado para onde a agulha penda, não é possível agradar a todos.
Eu não sou ninguém mas, mais que criticarem o Governo ou destilarem ódio nas redes sociais, façam a vossa parte, porque é isso que continua a falhar: fazermos TODOS a nossa parte.