Pensava eu estar no meio de tanta gente, mas a multidão era o deserto.
Todos me abandonaram, deixando-me nas mãos do acaso e daquilo que a Fortuna quis fazer comigo.
Espancaram-me, feriram-me, sangraram-me e eu nunca virei a cara à luta.
Quando me julgavam morto, apareci no meio deles e de imediato a Morte atingiu-os sem piedade. Libertei-me, enfim, das garras da solidão.
Caminhei por cima dos cadáveres daqueles que me condenaram, espezinhando as vísceras, os ossos e o sangue daquela gente abjecta.
Limpei o mundo da podridão e descobri que só eu, apenas eu, poderia continuar aquela demanda infinita.