Quando era mais novo, a minha Mãe dizia-me muitas vezes: “criticas tanto os outros… quem é que te critica a ti?”
Eu achava que podia criticar os outros, porque era diferente: eu era melhor.
Essa minha soberba e arrogância custou-me muitas coisas.
Com a idade aprendemos que, afinal, não somos assim tão bons e que, afinal, às tantas até merecemos umas boas bojardas.
Com a idade aprendemos a olhar para as coisas de forma mais compreensiva, sem julgamentos, apenas para tentar entender porque acontecem.
No fundo, qual deve ser a postura de um investigador perante um crime: saber o que aconteceu, ou acusar alguém?
Caindo num lugar comum, com a idade aprendemos a calçar os sapatos do outro, vemos o Mundo com outros olhos e percebemos porque é que uma aitude que a nós pareceu estranha, errada, condenável, aconteceu.
É claro que também sucede, após termos mudado de perspectiva, continuarmos sem entender “porquê”. Mas, pelo menos, tivemos a coragem de ir ao outro lado.
E é mesmo uma questão de coragem. Sairmos de nós, das nossas crenças e preconceitos.