Comecei a ler um artigo num relativamente famoso blog, de uma relativamente famosa pessoa e parei ao segundo parágrafo, quando a autora cita uma “intelectual norte-americana”.
Nem consegui ler mais.
Que profissão é essa? Intelectual. Alguém que passa o dia a pensar?
Parece que estou a imaginar a senhora, num qualquer balcão de atendimento e alguém lhe pergunta “profissão?”, resposta “intelectual”.
Fogo. Como é que um intelectual ganha a vida? O que é que produz? Como produz?
Como é avaliada a sua produtividade? Fica a pergunta.
Muitas respostas tem uma jovem portuguesa que vive na Suécia e que acha mais importante sair à rua do que evitar que alguém morra. Escreveu um extenso e irado texto num grupo de Facebook chamado #sairdecasa, mas que também se podia chamar “Somos um grupo de egoístas”. Apeteceu-me aderir ao grupo e dizer-lhe umas coisas… Mas alguém com este tipo de perfil, nem merece a minha consideração. Fica apenas a nota, numa altura em que até os próprios responsáveis lá do sítio admitem que a estratégia não foi, propriamente, a mais correcta. Parece que a cena de “salvar a economia” correu mal, o país está a caminho da pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, cai o PIB 7% e, talvez um bocadinho mais importante, caem suecos como tordos.
Mas a menina está toda contente, porque tem a sua liberdade de sair à rua. Yay!
Um grande “Yay!” para o meu filho de quase 3 anos, que ontem saiu à rua de máscara e manteve-a direitinha, no nariz, a maior parte do tempo.
Chegamos ao carro, tirou-a e não me pareceu traumatizado nem incomodado. Só dizia “sou o Wooper! sou o Wooper” (Wooper = Storm Trooper).
Estão a ver, adultos? É fácil.
E pronto… caiu um balde de água fria no orgulho portuense. Afinal, parece que a JK Rowling nunca esteve na Lello. É suficiente para já estar a ser insultada nas redes sociais… ela, os turistas, os donos da Lello. Afinal, tem que haver sempre sacos de pancada. E intelectuais. Ser intelectual é o que está a dar. E ser sueco.
Quem também caiu, foi um jovem de Viana do Castelo que resolveu mandar-se de um telhado para um rio. O plano saiu gorado por uma pedra que, “do nada”, lhe apareceu a meio do caminho. No vídeo, partilhado por aí, é visível a estupidez e audível os ossos a partirem-se todos.
Alguém que, claramente, não é intelectual, nem sueco… porque sobreviveu.