António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

“Danças Guerreiras, da ópera Príncipe Igor” – Alexander Borodin

Agosto 11th, 2021

CLÁSSICOS FILARMÓNICOS

4ª Temporada – “Procura aí o papel…”

Príncipe Igor, Danças Guerreiras, Danças Polovtsianas… o que quer que seja.

Falo por experiência própria: é das obras mais difíceis e arriscadas de uma banda tocar. Principalmente arriscada. Anda-se muito tempo no arame sem rede.

O arranjo mais comum é o que partilho abaixo, mas gosto muito mais de um outro que começa assim:

Confesso: para mim, esta é a dança mais espectacular do “Príncipe Igor”.

Na banda de Crestuma tocávamos essa versão, numa edição manuscrita que encontrei também quando fiz provas para a Orquestra dos Templários.

Era também o arranjo executado pela banda da Força Áerea. Fora isso, não ouvi mais ninguém fazê-lo.

Seja como for, este é um calhau daqueles e que tem tudo: melodias delicadas, solos para quase toda a gente, cavalgadas de virtuosismo e o famoso andamento onde tímpanos e bombo lutam para ver qual deles esgalha mais.

No entanto, essa secção é uma boa ajuda para a afinação de um instrumento:

Me-te!

Me-te!

Me-te!

Me-te!

Tiiiiiiiiira

Tira, tira, tira, tira, tira, tira.

JÁ ESTÁ!

(ok… passei-me…)

O final da obra é como um carro descontrolado por uma ribanceira abaixo.

Brincadeiras à parte, Borodin é um compositor extraordinário que tratava muito bem a orquestra e quando as bandas tratam bem Borodin o resultado é delicioso.

Aqui ficam as “Danças Guerreiras” na interpretação da Banda de Vale de Cambra, sob a direcção do grande Valdemar Sequeira, num registo de Damião Silva.

 

 

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.