Os portugueses lidam mal com a crítica, muito por culpa dos críticos. Na verdade, na maior parte dos casos, a crítica não é fundamentada. Critica-se pelo simples prazer de criticar, ou então, por pura inveja. A crítica não resulta, como deveria ser, da análise detalhada ao trabalho de outrém e consequente avaliação à luz de comparações justas ou pelo seu absoluto valor.
Desta forma, quando alguém é criticado reage mal e muitas vezes com razão.
Contudo, quando alguém sabe criticar e até constrói críticas justas e fundamentadas, a reacção do criticado parece ser ainda mais irritada. Na verdade, é fácil responder a más críticas mas, quando as mesmas têm um bom poder argumentativo, torna-se difícil rebatê-las e, então, recorre-se ao radicalismo: falamos alto, repetimos muitas vezes a mesma frase e agarramo-nos a um único argumento de defesa, que achamos ser suficiente para repelir a voz da crítica. O que é mau. Pois as boas críticas ajudam-nos a crescer.
Mas será que queremos crescer?