António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Top+

Fevereiro 28th, 2010

Apanhei o Top+ na televisão e lá me pus a olhar para ver aquilo que os portugueses andam a ouvir. Resolvi fazer a minha dissertação sobre alguns dos destaques do programa:

Beyoncé
Sempre que vejo/ouço a Beyonce há uma questão que me explode no cérebro: “como é possível?”… como é possível alguém gostar daquilo? Pode-se chamar cantar àquilo que sai da boca dela? Pode-se chamar dançar aos desarticulados movimentos que faz com o corpo? Bem, há uns tempos atrás, para um homem (ou para uma lésbica) era relativamente simples gostar dela, bastava desligar o som da televisão… Mas agora, nem isso!

Tony Carreira
Deixa ver se, em poucas palavras, consigo transmitir a minha opinião acerca deste senhor… Aqui há uns tempos, acusaram-no de plágio. Ora, a única pessoa que pode acusar o Tony Carreira de plágio é o próprio Tony Carreira. Um concerto dele deve ser como ouvir uma canção de duas horas. Sempre as mesmas melodias, as mesmas harmonias, o mesmo ritmo, as mesmas letras… Há órgãos na Toys’r’us que conseguem ser mais versáteis.

Canções infantis
Quando eu era criança, ouvia a música que toda a gente ouvia. O que passava na rádio, na televisão, os discos e cassetes do meu pai. Ouvia muita e variada música. Dessa muita e variada música não constavam “canções infantis”. É certo que eu e as outras crianças aprendiamos as Pombinhas da Catr’ina na escola, em casa, eventualmente num ou outro programa de televisão, mas não haviam os milhares de CDs e DVDs que existem hoje com “canções infantis”.
Ora, esses CDs e DVDs  não passam de vómito musical, com melodias e letras que mais parecem feitas para seres sem cérebro, transformando as crianças em seres com critérios de qualidade baixíssimos, que, no futuro, os levarão a ouvir as bandas dos Morangos com Açúcar, a Hannah Montana ou, pior ainda, serão como o(a) Carlos dos “Ídolos”.
Façam um favor a este país e ponham a petizada a ouvir música a sério.

Alicia Keys
Ora aí está uma grande senhora! Deve ser a única cantora que me faz gostar de R’n’B. É sempre bom ver e ouvir o talento desta menina na televisão. É de parar, sentar e apreciar. Parece que ela e a Beyoncé são amigas. Sendo assim, a Beyoncé podia tentar aprender alguma coisa… Ó Alicia, diz lá a tua amiga, de uma vez por todas, que ela vale zero, “giz”, “puto”,…

Amália
Os discos da Amália regressam aos tops… Será devido ao efeito “Amália Hoje”? Os puristas dirão que não. Eu digo que sim. É um facto. Há muita gente que, depois de ouvir “Amália Hoje”, decidiu ouvir “Amália Ontem”.
Bem, eu sempre que ouço a Amália concluo o porquê da minha aversão ao fado. Aquelas letras, aqueles poemas, mereciam muito mais que uma simples guitarra e uma simples viola. Musicalmente, o fado é redutor. (por outro lado, com aquela voz “enrolada” da Amália, metade da letra passava imperceptível…)
A Amália cantou poemas verdadeiramente épicos, de poetas épicos e que mereciam música épica. Como diria a própria Sónia Tavares (para mim, a melhor voz portuguesa da actualidade e, talvez, de sempre) não há fado em “Amália Hoje”, mas há muito pop nos fados da Amália. (ora aí está uma excelente afirmação, que só pode ser feita por alguém intelectual e musicalmente acima da média).
E foi esse o mérito dos “Hoje”. Dar àqueles fados a grandiosidade que eles mereciam. Alain Oulman, Alberto Janes, Alexandre O’Neil, Carlos Gonçalves, DavidMourão-Ferreira, José Régio, Reinaldo Ferreira, agradecem. (eu também!)

Rita Guerra
A Rita Guerra é, provavelmente, o maior desperdício de talento que há em Portugal.
Do mesmo modo que os fados da Amália mereciam mais, a voz de Rita Guerra também merecia mais. Ao fim de todos estes anos de carreira, a Rita Guerra continua a dar-nos mais do mesmo. Aquelas cançõezinhas pequeninas que não passam dali. Com aquela voz, a Rita Guerra podia ser a Sade portuguesa… mas não. Continua a repetir-se e a plagiar-se (como o Tony Carreira). E, como o Tony Carreira, lá chegou ela ao primeiro lugar. Os portugueses contentam-se com pouco…

Casamentos homossexuais

Fevereiro 15th, 2010

Sabem que mais?

A noite que passou, foi complicada para mim. Não conseguia dormir nem por nada. Então, deu-me para pensar num sem número de coisas, incluindo esta discussão.

Esta discussão só existe porque o ser humano resolveu catalogar sentimentos, emoções, relações…

Por tentarmos ter definições para uma data de coisas é que depois temos dificuldade em encaixar pessoas que sentem algo diferente da maioria, ou daquilo que é natural.

A homossexualidade é natural? Muitos de vocês dirão que não…

Mas será também natural um homem ter apenas uma mulher para toda a vida? Ou será ter várias como nos países árabes? Ou será não ter nenhuma?

Se a monogamia é natural, porque é que tantos homens traem as mulheres e tantas mulheres traem os homens? Ou haverá assim tanta gente “não-natural”?

Digam-me, o que é natural?

A lei dos homens diz que um acto sexual entre uma pessoa de 23 anos e uma de 15 é pedofilia… E o amor? Não conta? A livre vontade não conta?

(aqui há umas semanas, eu e um grupo de amigos “apreciávamos” uma rapariga, até que alguém disse «parem com isso que ela só deve ter uns 14 anos…»; minutos depois descobrimos que ela tinha 20…)

E, já agora, o que é amor? O que é paixão? O que é amizade? O que é desejo? Haverá fronteiras assim tão definidas para as nossas emoções?

E quando sentimos algo que é a mistura disso tudo? Como chamamos? Como exprimimos?

Ou quando sentimos algo que não é nem uma coisa nem outra, mas algo único que duas pessoas criaram e que é irrepetível?

Por não existir no catálogo das emoções humanas não o podemos expressar? Por não estar inscrito nas regras ancestrais da sociedade não pode ser vivido?

Não deveriam as leis dos homens permitir que as nossas emoções fluíssem livremente?

Aqui há tempos ouvia uma senhora, que neste momento vive com outra senhora, a dizer numa entrevista: «eu não sei se sou homossexual, ou se sou heterossexual… sei que, neste momento, estou apaixonada por uma mulher, da mesma forma que no passado estive apaixonada por um homem…»

E foi depois de ouvir isto que muitos dos meus preconceitos caíram.

No fundo, no fundo, não existem homossexuais nem heterossexuais.

Existem afectos que cada um deveria ser livre de viver e expressar.

O John Lennon disse um dia que “vivemos numa sociedade onde a guerra é praticada em público, mas onde temos que nos esconder para fazer amor…”

Caramba, o planeta Terra caminha a passos largos para a extinção. Alguns cientistas não nos dão mais de 40 anos. Não seria altura as pessoas serem verdadeiramente felizes?

O John Lennon também disse um dia: “It´s easy if you try”.

A questão é que dá muito trabalho tentar… e acaba por ser mais fácil e a reboque das convenções e dos preconceitos.

Enquanto isso, há relações que vão continuar para sempre escondidas, vividas secretamente, com toda a dor que isso acarreta… porque assim é que é “natural”.

Vão continuar a haver John Lennons a viver utopias e a morrer com um tiro no meio da rua.

Notas breves

Fevereiro 11th, 2010

1 – Aqui há uns tempos, tive uma violenta discussão com alguém que afirmava que, e passo a citar, “o único jornal português rigoroso e sério é o 24Horas”. Pois bem, o meu argumento final nessa discussão é a capa que o dito “jornal” apresenta hoje… Sem mais comentários.

2 – Carlos Queiróz “arreou” no Jorge Batista. Só se perderam as que caíram no chão. Devo recordar que esse suposto “jornalista” afirmou, há uns anos atrá: “o Vitor Baía não é, nem nunca foi um bom guarda-redes. É um produto de marketing que fica bem na baliza”. Eu quero acrescentar que é o “produto de marketing” com mais títulos ganhos no futebol.

3 – Há algo que me irrita nos supostos VIPs que povoam as revistas da especialidade. É aquela mania de negarem o que toda a gente vê e depois ainda atacarem os jornalistas.

4 – Ultimamente tenho andado com pouco tempo de vir aqui cuidar do meu espaço online. Por isso não se admirem de pouca regularidade nas actualizações. Como diz o outro “eu trabalho, eu tenho um trabalho!”.

“Eu trabalho, tenho um trabalho…”

Janeiro 25th, 2010

Infelizmente, nos dias que correm, nem todos podem pronunciar estas palavras. Uns porque não podem mesmo, outros porque não querem.

Cada um é livre de fazer o que quiser, mas irritam-me um bocado aquelas pessoas que não trabalham porque não querem, revestindo o seu ócio de uma intelectualidade inexistente. Depois,e com demasiado tempo nas mãos, há que dar largas à imaginação e ao disparate. O Nuno Markl queixa-se muito disto e com razão.

Às vezes vêm-se por aí coisas que surgem claramente da falta de algo útil para fazer. E aqui cai que nem uma luva aquele personagem dos Contemporâneos, interpretado por Nuno Lopes: “Vai mas é trabalhar…”

Eu posso, orgulhosamente dizer, como o Manel Carrapiço da novela da TVI: “Eu trabalho, tenho um trabalho…”

Aquelas noites

Janeiro 24th, 2010

Hoje é daquelas noites em que o meu corpo não sossega na cama. Ou por estar eufórico por mais um sucesso da La Belle Époque, ou pela ansiedade de mais um concerto que se aproxima, ou por ter comido como um alarve e o meu organismo ainda não querer repousar, ou por hoje não ter estado com as minhas V.E., ou simplesmente porque há alturas em que a minha cabeça tem dificuldade em parar.

Então vagueio pela casa. Vagueio pela net.

A net.

Estranho espaço este onde podemos ser quem quisermos, ou até podemos ser ninguém (como muitos preferem).

Eu prefiro ser narcisista e egocêntrico. Ter um blog, um site, uma página, para falar de mim, das minhas cenas, dos meus delírios, da minha visão das coisas. Ou, como hoje, das minhas insónias.

Ninguém é obrigado a visitar, muito menos a ler, ou a concordar. Se gostam, continuem a vir cá. Se não gostam, não caiam na tentação de voltar a digitar www.antonio-pinheiro.net novamente no vosso browser.

É tão simples, afinal.

Vou dormir…

P.S. – Tenho que fazer qualquer coisa para voltar a ter o número de acessos que tive em Setembro e Outubro de 2009… oi a loucura!

O azar do Pepe, a sorte do Luisão.

Janeiro 15th, 2010

Lembram-se da propalada agressão do Pepe? 10 jogos de castigo. A opinião pública em fúria, querendo “queimar vivo” o rapaz.

Poucos meses depois, em solo nacional, há um acontecimento muito semelhante, practicamente igual…

O agressor não foi punido.

A opinião pública não se manifestou.

A comunicação social abafou o caso.

Até nisto estamos na cauda da Europa.

Aqueles que antes vieram pedir o “enforcamento” do Pepe, desta vez, ficaram caladinhos…

Se o Pepe joga-se em Portugal, tinha-se safado.

Se o Luisão joga-se em Espanha, estava f*****.

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.