António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

Estatística

Fevereiro 5th, 2011

Uma pessoa com 40 anos viu o FCP ser campeão 19 vezes, o 5lb 14 vezes, o scp 5 e Boavista 1 vez

Uma pessoa com 30 anos viu o FCP ser campeão 17 vezes, o 5lb 8 vezes, o scp 3 e boavista 1 vez

Uma pessoa com 20 anos viu o FCP ser campeão 13 vezes, o 5lb 4 vezes, o scp 2 e Boavista 1 vez

Uma pessoa com 10 anos.. viu o FCP ser campeão 6 vezes, o 5lb 2 vezes, o scp 1 e Boavista 1 vez

o resto é regime.

Conversas parvas XVI

Janeiro 17th, 2011

– O problema da juventude de hoje é que não vai à tropa! Se toda a gente fosse à tropa, o país estava muito melhor!

 (esta frase, só por si, é parva… mas a conversa continuou…)

– Mas vou à tropa fazer o quê? Não se aprende lá nada!

– Aprende-se a ser homem!

– A ser homem? Os meus colegas que estão na tropa não fazem rigorosamente nada!

– Não fazem nada? Então não sabes que é o Exército que nos protege?

– LOL! De quem?

– Dos espanhóis!!!!

– LOL!

– Tu não te rias que isto é sério! Tu não sabes que a Força Aérea Portuguesa está constantemente a patrulhar o espaço aéreo?

– Sim… e…?

– Se não fosse o trabalho da Força Aérea e do Exército, os espanhóis já nos teriam invadido!!!

(não… não é anedota! Esta conversa aconteceu mesmo!)

A crise económica

Janeiro 16th, 2011

(o seguinte texto foi escrito por mim no fórum do Portal Bandasfilarmonicas.com, no tópico de discussão “A Crise económica”)

Tenho apenas 31 anos e, desde que me lembro, que ouço dizer que o país está em crise económica.

Tenho apenas 17 de filarmonia e, desde que entrei para este mundo, que ouço dizer que as bandas não têm dinheiro.

No entanto, ao longo deste 17 anos, vi muitas bandas evoluírem (musical e financeiramente) de uma forma espantosa.

Também vi algumas (poucas) regredirem e caírem num limbo penoso, enfrentando longas travessias no deserto. E sabem que mais? O problema nem foi tanto a falta de dinheiro, mas más práticas de gestão.

O papel das filarmónicas

Janeiro 15th, 2011

(o seguinte texto foi escrito por mim no fórum do Portal Bandasfilarmonicas.com, no tópico de discussão “O papel das filarmónicas”)

« Aqui há uns tempos atrás, num tópico qualquer, eu escrevi que era importante uma banda ter objectivos.

É desses objectivos que deriva o papel da filarmónica; ou, vendo as coisas por outro prisma, é com base no papel que a filarmónica pretende assumir na sociedade onde se insere que serão delineados esses objectivos.

Ou seja, cada filarmónica terá o papel que pretender ter:

– há filarmónicas que pretendem dedicar-se a uma actividade sinfónica, escolhendo reportório desse quadrante, abdicando de romarias e investindo nos concertos em salas fechadas;

– há filarmónicas que investem nas romarias, proporcionando espectáculos variados para públicos heterogéneos;

– há filarmónicas que se dedicam às arruadas e procissões.

– há outras…

Infelizmente, a grande maioria das filarmónicas ainda não sabe muito bem o que quer, daí o papel das filarmónicas no nosso país ser, ainda, indefinido. Por um lado, temos gente a fazer coisas muito boas e do outro gente a fazer coisas muito más (infelizmente).

E voltamos à história dos objectivos. Será uma correcta definição de objectivos, artísticos e sociais, que farão com que uma banda assuma um papel. Arrisco-me até a dizer que, as bandas que apresentam melhor qualidade musical, são aquelas que se guiam por objectivos melhor definidos e, acima de tudo, interiorizados por Maestro, Músicos, Direcção e Público.

Vejam as nossas bandas bem sucedidas e digam lá se não é assim? Quando todos sabem de onde vêm e para onde vão, tudo flui de uma forma diferente.

Agora, quando as bandas andam à deriva (e, infelizmente, são a maior parte do nosso país), as coisas emperram.

O que é fundamental é que todos percebam que há espaço para toda a gente e todos devem ser respeitados, independentemente do seu posicionamento.

Já muito se discutiu neste fórum sobre o que é uma banda boa. Ora, apesar de diversas opiniões, reteve-se uma certa unanimidade em dois parâmetros:

– qualidade musical, com todos os sub-aspectos que isso implica: afinação, interpretação, dinâmicas, técnica, etc.
– capacidade de empolgar o público

Portanto, uma banda não é melhor que outra só porque toca reportório sinfónico, nem uma banda é pior que outra só porque faz procissões. Mais vale uma marcha de procissão bem tocada do que uma sinfonia assassinada.

Vejam, por exemplo, o caso daquela que, para mim, é a melhor banda portuguesa: a Banda de Vilela. Fazem romarias, fazem concertos, tocam de tudo um pouco, dão um espectáculo “do carago”, os músicos divertem-se a tocar e é um prazer ouvi-los. E, muito importante, não têm complexos e procuram sempre dar mais e melhor a quem os ouve.

É difícil? Não, quando sabemos o que queremos.»

Concerto de Ano Novo 2011 – OBRIGADO!

Janeiro 8th, 2011

Passa agora uma semana desde o Concerto de Ano Novo que a La Belle Époque e as Vozes de Esperança apresentaram em Crestuma.

Gosto pouco de falar sobre as minhas cenas, porque sei que alguns de vocês começam logo com os comentários “lá está o gajo a armar-se”.

Contudo, este texto, mais que falar sobre mim, pretende ser uma homenagem a todos aqueles que, no passado dia 1, estiveram no palco, ou nos bastidores, a contribuir com o seu trabalho para que o concerto fosse o sucesso que foi.

Foi, a título pessoal, a realização de um sonho antigo e, a nível musical, a concretização de um projecto de Março de 2009.

Foram mais de 200 horas de ensaios repartidas entre os dois agrupamentos, ao longo de 7 meses.

Outras tantas de planificação, orquestrações, logística, marketing e estudo.

Estiveram em palco 50 pessoas (mais coisa menos coisa).

7 microfones, 4 amplificadores, 2 colunas de frente, 2 monitores, metros e metros de fio, equalizadores, processadores de efeitos, uma mesa de som e mais uma data de aparelhos cujo nome desconheço.

Contamos com a colaboração de dois grandes nomes da música filarmónica portuguesa: Afonso Alves e Valdemar Sequeira.

Contamos com a colaboração de um grande nome da música ligeira portuguesa: Tony Alves.

Os três elaboraram e cederam, gratuitamente, arranjos exclusivos que foram interpretados em estreia absoluta.

Acima de tudo, esteve em palco o trabalho e a dedicação de muita gente, dos 10 aos 70 anos que, sem pedirem nada em troca, alinharam na minha “loucura” e de mãos dadas ajudaram a realizar o meu sonho, ajudaram a concretizar o meu projecto.

No final, todos estes meses de trabalho, todo o suor, todas as horas sem dormir, todos os papéis rasgados, todos os esboços, todos os rascunhos, todo o stress dos prazos para cumprir, todos os pormenores que corriam mal e pareciam deitar tudo a perder, tudo isso se desvaneceu em sorrisos e em aplausos.

Toda a ansiedade, todo o nervosismo valeram a pena.

Há quem considere que, para um músico, as palmas são o melhor sinal de gratificação. Mas, para mim, há algo muito mais genuíno e muito mais autêntico que as palmas. Os aplausos, muitas vezes não passam de gestos mecânicos. Contudo, quando vemos as pessoas sorrirem, quando vemos o ar de satisfação no rosto delas no final do concerto, quando sentimos que contribuímos por breves minutos para a felicidade dessas pessoas, aí sim, sentimos toda a recompensa pelo nosso esforço.

Mais ainda quando essa satisfação é transmitida de uma forma intensa, física e calorosa. No final do espectáculo, estava eu no palco a acompanhar a arrumação do material, o meu professor de Direcção dirige-se a mim e abraça-me como nunca tinha feito antes. Praticamente sem pensar perguntei “gostou, Professor?” e, já nem me lembro da resposta, mas o sorriso que ostentou disse tudo.

De seguida, como sempre fazemos, discutimos pormenores técnicos do concerto: as coisas boas, as menos boas e, no final, ele disse-me:

“Nota-se que entre o António Pinheiro e os Músicos há perfeita simbiose. Quase nem precisa dar indicações, porque a orquestra está muito bem ensaiada!”

E, como sempre, incentivou-me a continuar a estudar e a trabalhar. Que mais posso pedir enquanto homem e enquanto músico?

Nada.

Aproveito este texto para agradecer às pessoas que nos dias seguintes ao concerto me fizeram chegar a sua apreciação sobre o mesmo e que apresentaram sugestões de melhoria para eventos futuros. É desses amigos que precisamos, aqueles que, sinceramente, nos querem ver crescer e não os que se limitam a dar “palmadinhas nas costas”.

Por fim, fica aqui o reconhecimento público a todos aqueles que, das mais variadas formas, contribuíram para que a Grande Gala da Música Portuguesa atingisse o sucesso pretendido:

Afonso Alves
António da Silva Pinheiro
António Sampaio
Banda Marcial da Foz – Filarmónica do Porto
Carla
Carlos Amorim
Crestuma no Facebook
Delfina Ferreira
Eduarda Ferreira
Fernando Amorim
Filipe Paiva
Indy Paiva
Jorge Santos
Jornal “Voz Portucalense”
José Fernando Ferreira
Junta de Freguesia de Crestuma
La Belle Époque
Luís Macedo
Nuno Paiva
Paróquia de Crestuma
Pe. Domingos
Portal Bandasfilarmonicas.com
Portal do Cidadão de Vila Nova de Gaia
Ricardo Sampaio
Rita Ferreira
Sílvia Pereira
Teresa Sala
Tony Alves
Valdemar Sequeira
Vozes de Esperança

…e também ao pessoal que veio dos mais variados sítios assistir, nomeadamente aos meus amigos Pedro Glória e Malú que vieram da Figueira da Foz com os filhos!

Adeus 2010

Dezembro 30th, 2010

Janeiro

  • As V.E. deslumbram num encontro de coros em Castro Daire (obrigado, Andreia, pelo convite).
  • Mini-férias em Sesimbra, incluindo uma valente mariscada.
  • A terminar as mini-férias, a Belle Époque tem um fim-de-semana com dois concertos em Santa Maria da Feira. “Vocês foram a melhor actuação da tarde.”

Fevereiro

  • A notícia que tanto esperava chegou.
  • A La Belle Époque toca no aniversário do Orfeão do Porto. Vivi um dos momentos mais emocionantes da minha carreira musical, ao convidar o meu grande amigo Afonso Alves para dirigir um tema com a “sua” orquestra.
  • Ganhei uma data de fãs neste concerto.

Março

  • Afinal… A par da desilusão, renasce a esperança no futuro. Um dos maiores choques emocionais da minha vida.

Abril

  • Os Replay tocam pela última vez, num concerto memorável. Na mesma noite emociono-me de orgulho ao ver o meu ex-aluno e grande amigo, Miguel, a tocar. Que projecto fantástico são os H2Bolha!
  • O Encontro de Coros 2010 é um sucesso.
  • Dias antes de tudo isto, sofri, em público, um violento, baixo e reles ataque à minha honra e à minha dignidade. Descobri que tenho dois inimigos. Mas, mais importante do que isso, descobri que tenho muitos amigos. Mais importante ainda, recuperei velhos amigos.
  • Dia 26: inesquecível.

Maio

  • Rock in Rio!
  • MUSE! O concerto da minha vida! Acompanhado por amigos para a vida!
  • Banda de Arrifana no Concurso Internacional de Vila Franca: mais um prémio!
  • Porto 3 – Benfica 1 – sem túneis, sem esquemas, sem “Ricardos Costas” viu-se a garra do Norte, o “grito de revolta!”

Junho

  • Ao fim de três anos e meio, finalizei a minha colaboração com a Banda Musical de Gondomar e abracei a Banda da Foz.
  • Casas diferentes, filosofias diferentes. Em comum o prazer de fazer música rodeado de amigos.

Julho

  • Férias. Mais uma fantástica ronda pelas nossas aldeias históricas. Tantas memórias. Tantos locais!
  • A La Belle Époque arrasou em Vagos! O nosso melhor concerto de sempre. Os meus músicos superaram-se.

Agosto

  • Concerto com a Banda de Salreu em Rio Tinto… a tocar Clarinete! No dia seguinte estava com o lábio inchado, mas valeu a pena o sacrifício pelos grandes amigos que tenho nessa banda.
  • Um dos melhores concertos da minha vida: Banda da Foz na Feira de Artesanato. Inesquecível!
  • Pela primeira vez toquei com os Bandamecos e até estreei os pratos novos do Luis.
  • Grandes momentos de convívio no bar da Banda da Foz na Feira. Aprendi a tirar finos e descobri que nesta banda há um espírito de companheirismo incrível!
  • A Banda da Foz foi à praia… e foi um grande dia!
  • Porto 2 – Benfica 0 – e ganhamos a Supertaça, mesmo sendo roubados do princípio ao fim do jogo, contra uma equipa de caceteiros! O “grito de revolta” continua!

Setembro

  • Outro grande concerto: Banda da Foz em Campanhã. Já não me lembrava de chorar de emoção durante um concerto, mas aconteceu.
  • Há amigos que afinal não são.
  • Festival da Canção em Estarreja. Foi uma prazer tocar com aquela Banda/Orquestra.

Outubro

  • É publicado o meu primeiro livro.
  • Mini-férias em turismo rural: tudo o que eu precisava para recuperar energias e “atacar” este final de ano alucinante.
  • Fui jurado no Concurso Nacional de Música do INATEL. Mais uma experiência e mais um reconhecimento pelo meu percurso.
  • Jantar de reencontro de velhos companheiros dos tempos áureos da Sociedade Filarmónica de Crestuma. Os Flechas de novo reunidos e há coisas que nunca mudam… (o Tiago chegar atrasado, por exemplo…)

Novembro

  • Incertezas sobre o futuro.
  • Gloriosa participação da La Belle Époque na Maratona do Porto.
  • Porto 5 – Benfica 0 (eu estive lá e gritei até ficar sem voz!!!)
  • Banda Fórum – Filarmónica Portuguesa em Águeda: mais um fim-de-semana para recordar, por todos os motivos e mais algum. O apelidado de “projecto efémero” já vai em 5 anos e 17 concertos!
  • Reencontrei o Professor Saúl. Como é bom falar com quem, realmente, sabe de música, ou melhor, Música!

Dezembro

  • As incertezas sobre o futuro continuam.
  • A sessão de apresentação do meu livro foi um dos momentos do ano. Esteve presente quem realmente interessa e quem realmente se interessa.
  • As V.E. voltam a deslumbrar em Broalhos.
  • Surge convite para um projecto aliciante…
  • O concerto de Ano Novo aproxima-se…
  • As notícias mais recentes indicam que 2011, à semelhança de 2009, será um ano de lutas. Estamos cá para isso

Afinal, vale a pena…

Dezembro 29th, 2010

Quem me conhece sabe que sou pouco apreciador dos programas de “coitadinhos”, nomeadamente os protagonizados pela Fátima Lopes.

Tudo aquilo me soa sempre a falso.

Contudo, ontem de tarde, presenciei um momento que me deixou verdadeiramente emocionado e a ponderar que estes momentos televisivos que eu, tantas vezes, critico, afinal podem ter alguma utilidade.

No ecrã da TVI, Fátima Lopes, rodeada por uma família carenciada, pai, mãe e dois filhos. A apresentadora, orgulhosamente, ia anunciando uma lista de presentes que a produção do programa conseguira com a ajuda de diversas entidades patrocinadoras: camas, móveis, mercearias…

Os pais estavam nitidamente emocionados. Os filhos nitidamente embaraçados.

Quando o rol de oferendas parecia ter terminado, Fátima anuncia que havia um presente para as crianças. Um presente que os miúdos, há muito, desejavam mas cuja família não tinha possibilidades de adquirir.

Entra uma assistente com dois embrulhos: um maior, entregue ao irmão mais velho e um mais pequeno, entregue ao irmão mais novo.

“Esses dois presentes são para os dois e complementam-se… agora, podem abrir!”

O irmão mais velho, mais ansioso e mais lesto, rasga o embrulho e, ao vislumbrar que se tratava de uma consola, não se contém: desata aos gritos, aos saltos, a chorar copiosamente “ó mãe! ó mãe! é uma consola!!!”

E nesta parte eu gelei. A felicidade daquela criança, tão sincera, tão genuína, quebrou todas as minhas barreiras e atirou-me para o chão.

Como eu compreendia aquele rapaz!

Nunca na vida passei pelas dificuldades que ele, certamente, estará a passar, mas também eu, durante anos, me vi privado de muitas coisa, porque todos os tostões eram poupados para que os meus pais pudessem construir a casa onde hoje moro.

Também eu via e queria brinquedos que nunca na vida poderia pedir aos meus pais, porque sabia que eles não os podiam comprar.

Também eu fica constrangido no meu primeiro dia de aulas do segundo período, quando a maior parte dos meus colegas relatava orgulhosamente uma lista enorme de prendas que tinha recebido no Natal.

Também eu tive que lidar com o desemprego, a precariedade, a falta de dinheiro.

E, de repente, tudo isso se desvaneceu, porque a felicidade daquela criança, tornou-se na minha própria felicidade.

Imagino o antes e o depois no coração daquele rapaz.

Imagino porque é que, de forma totalmente espontânea, ele interrompe um “discurso” da apresentadora para dizer: “D. Fátima Lopes, posso dar-lhe um beijinho?”

Afinal, vale a pena…

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.