António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

O síndrome “pfff! pfff!”

Novembro 18th, 2011

O estado actual de Portugal pode facilmente ser ilustrado por uma metafórica anedota que nos chega dos tempos da Guerra Fria, à qual tomei a liberdade de chamar “Síndrome Pfff! Pfff!”.

Consta-se que, quando a saúde do líder soviético Leonid Brejnev se começou a deteriorar, juntou-se uma grande multidão na Praça Vermelha de Moscovo, em vigília, preocupada com o estado do seu governante.

Após horas de espera, nas varandas do Kremlin surge um dos assessores de Brejnev que anuncia:

– Camaradas! O nosso camarada Brejnev está muito doente! Para que ele sobreviva, será necessário que um de nós morra!

A multidão em delírio responde:

– Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós!

O assessor continua:

– Calma, camaradas! Basta que apenas um russo se sacrifique! Por isso, e como estão todos empenhados em salvar o nosso líder, iremos lançar uma pena sobre a Praça. A pessoa na qual a pena cair terá a honra de se sacrificar por Brejnev!

A multidão delirava cada vez mais:

– Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Queremos Brejnev! Morra um de nós!

Então a pena foi lançada, flutuando lentamente sobre a Praça Vermelha. Poucos segundos depois, a multidão gritava:

– Queremos Brejnev! Morra um de nós! Pfff! Pffff! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Pfff! Pffff! Queremos Brejnev! Morra um de nós! Pfff! Pffff!

Banda Fórum – Filarmónica Portuguesa – 6º Aniversário

Novembro 16th, 2011

Depois do grande auditório do Europarque, do Centro de Congressos de Aveiro, do Auditório Municipal de Montalegre, da Casa da Música (Porto), do concerto em Zamora (Espanha), entre muitos outros, chegou agora a vez do Fórum Cultural de Ermesinde ser testemunha de um evento com características únicas e palco das comemorações do 6º aniversário daquela que orgulhosamente, e com toda a propriedade, se proclama como a filarmónica das filarmónicas, a Banda Fórum – Filarmónica Portuguesa .

O concerto comemorativo, a ter lugar pelas 15:30h, culmina o estágio de 3 dias que terá lugar em Campo/Valongo, a convite do 
Grupo Dramático e Recreativo de Retorta.

Fruto do espírito empreendedor e paixão filarmónica dos seus mentores, a “Banda Fórum” continua a mostrar ao mundo que afinal o espírito filarmónico está bem vivo e recomenda-se. Sem que seja necessária qualquer audição para pertencer a esta banda pela qual já passaram quase 400 músicos, vão juntar-se a este concerto 18 novos instrumentistas que experimentarão o espírito único presente neste agrupamento.

Como sempre, a Banda Forum – Filarmónica Portuguesa interpretará exclusivamente música de autores portugueses que graciosamente ofertaram as suas obras.

De salientar ainda a presença do Grupo de Dança Pés de Chumbo que abrilhantará o espectáculo, coreografando 3 obras.

Do espectáculo previsto para a tarde do próximo domingo, destaca-se a execução das seguintes obras:

Alchemy of Feelings – Afonso Alves
3 Oceanos – Antero Ávila
Abba Mia Luis Cardoso (Dança – Pés de Chumbo)

INTERVALO

Berço de Musicos Valdemar Sequeira
The Transit of Venus Carlos Marques
Go Dance – Pedro Silva (Dança – Pés de Chumbo)
Mornas e Coladeras – Afonso Alves (Dança – Pés de Chumbo)

O preço do bilhete que garante o ingresso no espectáculo é de 5 euros. 

As reservas poderão ser feitas para os seguintes contactos, devendo os bilhetes serem levantados 30 minutos antes do espectáculo:

Fórum Cultural de Ermesinde: Telefone 229 783 320
Grupo Dramático e Recreativo de Retorta: Telefone: 224154325

Um dia vou em frente…

Novembro 9th, 2011

O ano passado fui tocar à Maratona do Porto. Durante toda a manhã, ao ver milhares de pessoas a correr, a maior parte divertida e emanando felicidade, muitos com idade para serem meus pais e, até mesmo, meus avós, senti uma forte motivação para, também eu, entrar no mundo da corrida. Enquanto, dias depois, revia as fotos e vídeos dessa manhã, pensei: “Um dia vou com eles…”

Tudo isto, aliado à minha amizade com o maratonista Vitor Dias (www.correrporprazer.com), fez com que, três meses depois eu começasse a treinar 2-3 vezes por semana, repartindo as minhas corridas entre o Parque da Lavandeira e a zona balnear de Gaia. Daí até à minha primeira prova, foi um passo: Corrida do Dia do Pai, na qual, com muito esforço, fiz 6 quilómetros em 45 minutos. No fim da prova pensei: “Um dia faço isto em meia hora…” (e fiz, há duas semanas atrás, na Corrida dos Ossos Saudáveis!)

No final, completamente estourado mas satisfeito, decidi levar os treinos um pouco mais a sério e inscrevi-me de imediato para uma prova de 7km que iria acontecer em Junho. Disse para mim mesmo que iria treinar com dois objectivos principais: correr os 14km da Family Race (integrada na Maratona do Porto, Novembro de 2011) e, em 2012, poder fazer uma meia-maratona.

Um belo Domingo de Julho corri, em pouco menos de duas horas, 18km. Ao partilhar a minha felicidade com o Vitor ele diz de imediato: “Então podes fazer a meia-maratona do Porto, que é em Setembro. Mais uns treinos e tas pronto.”

E assim foi. No dia 18 de Setembro, com um misto de nervos e emoção lá andei eu a correr 21km e mais qualquer coisita entre o Porto e Gaia, com o objectivo de terminar a prova entre as 2h15 e as 2h30.

Já no último quilometro, na última curva antes da meta, vejo empoleirado nas barreiras de segurança o Gonçalo Dias (filho do Vitor) sorrindo e aplaudindo. Logo atrás estava o pai, de máquina fotográfica em punho, também ele a incentivar-me. Naquele momento, todo o cansaço acumulado ao longo de 20km pareceu desaparecer. Dias mais tarde, o Vitor dizia “O Pinheiro não devia estar muito cansado, vinha a rir-se.” Pois vinha… pois é esse o efeito da corrida: alegria, satisfação, prazer…

Terminei a prova em 2h06, surpreendendo-me a mim próprio e quase chorando com a emoção. Se me dissessem, há um ano atrás que eu iria correr aquela distância, naquele tempo e, acima de tudo, sentindo-me bem física e psicologicamente, eu não acreditaria.

Desde esse dia, ficou na minha cabeça a matutar um pensamento: “Será que consigo correr uma maratona completa?”.

Este Domingo, lá fui cumprir o meu objectivo de realizar a prova dos 14km. Ao chegar ao ponto do trajecto onde a minha prova retornava e a maratona continuava, pensei: “um dia vou em frente…”

Assim vale a pena

Setembro 28th, 2011
  • Objectivos definidos
  • Método de trabalho
  • Organização e planeamento
  • Estudo prévio do trabalho
  • Profissionalismo na abordagem
  • Motivação da equipa
  • Ambição do grupo

Porque não basta dizer. É preciso fazer.

Depois de um período sabático, de volta ao trabalho sério!

Que Porto vamos ter?

Setembro 24th, 2011

Depois do jogo de ontem, é esta a pergunta que, neste momento, deve estar na cabeça de todos os apaixonados pelo FCP: o Porto avassalador, dominador, massacrante, da 1ª parte, ou, o Porto frágil, trapalhão, inexistente da 2ª?

Teremos um Porto à Artur Jorge, Ivic, Mourinho, Villas-Boas, ou, um Porto à Jesualdo?

Teremos um Porto de personalidade e convicções fortes em nome de uma causa, ou, um Porto de desculpas esfarrapadas no fim do jogo? Sim, porque nada justifica que a equipa desaparecesse do campo depois do 2-1.

Nada justifica passes estupidamente mal dados, perdas de bola infantis, jogadores totalmente desinteressados pelo jogo e uma exibição ao nível da 3ª divisão.

O início da época e, nomeadamente, a exibição frente ao Barcelona, prometiam um Porto “à Porto”. Um Porto com Mística, com Garra, sem medo de nada e capaz de bater o pé aos maiores gigantes do futebol.

No entanto, os dois últimos jogos revelaram uma equipa demasiado frágil e inconsistente. O que não se compreende, dado que se mantém, praticamente, a mesma equipa da época passada. Se, os “músicos” são os mesmos, resta concluir que a culpa da “desafinação” será do “maestro”.

Vitor Pereira, ou dito de outra forma, Jesualdo Ferreira versão 2.0, é o único responsável pela humilhação frente ao Feirense e por um empate ridículo frente a uma equipa que, em dois remates, faz dois golos.

Justiça seja feita, nesta altura o copo está meio… Resta saber se está meio cheio, ou meio vazio. Sim, porque apesar de tudo, o Porto 2011/2012 também já mostrou que é capaz de grandes exibições… basta querer! E, para querer, não é preciso perceber muito de futebol. Basta, “apenas”, mostrar aos jogadores o peso do emblema que trazem no peito; mostrar-lhes que, sempre que entram em campo, há milhares de dragões que esperam deles o máximo dos máximos, a superação dos limites em nome de um clube, de uma cidade, de uma região.

É histórico que, a seguir a uma época gloriosa, o FCP tenha dificuldades em, na época seguinte, atingir resultados satisfatórios. Mas, ao contrário de outros anos, agora a espinha dorsal da equipa, manteve-se. Como explicar então a vertiginosa montanha russa que tem caracterizado a performance do Porto?

Vitor Pereira deverá, neste momento, ter a resposta. Se não tiver, grandes problemas esperam o FCP nos próximos tempos.

“Quo vadis?”

António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.