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António Pinheiro
Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.
Category Archives: Crónicas, Relatos e Notas
Aos músicos da Invicta…
Os músicos que trabalham comigo na Invicta Big Band merecem tudo de bom, a nível musical e a nível pessoal. Sinceramente, acredito que todos, mais cedo ou mais tarde, serão recompensados pelo seu carácter tão nobre.
Apesar de eu, às vezes, me passar da cabeça com eles, cada minuto vivido em conjunto é um prazer.
Em primeiro lugar, e acima de tudo, porque são seres humanos de grande qualidade.
A nível musical, só eu sei o arrepio que senti esta tarde, ao ouvi-los tocar.
O nosso encontro, ao qual chamamos ensaio, merecia ter público.
Muito obrigado a todos, por tudo o que me dão!
Parabéns Mourinho
José Mourinho, o melhor treinador do Mundo, faz hoje anos.
Para mim, há muitos anos, que ele é o melhor do Mundo. Para muitos, só se tornou bom quando foi para Inglaterra, para outros quando foi para Itália e, para outros, quando foi para Espanha.
Mas, para mim, ele é o melhor do Mundo desde o momento em que disse: “Para o ano tenho a certeza que seremos campeões.”
Não deixa de ser curioso que, muitos daqueles que hoje em dia se dizem admiradores do JM, o tenham insultado e desprezado quando estava ao serviço do FCP. Na verdade, também eles sabiam, na altura, que o JM era o melhor mas, como treinava o FCP, era uma chatisse admitir isso. Ainda para mais, tendo em consideração os passos anteriores da sua carreira.
Mourinho em Portugal, ou melhor, Mourinho no FCP, não prestava: era arrogante, não respeitava os jornalistas, etc., etc., etc.
Bastou atravessar a fronteira rumo às ilhas britânicas para que aquilo que lhe era apontado como defeito se transformasse em qualidade: a arrogância passou a determinação, a sua relação “peculiar” com os jornalistas passou a ser um acto de personalidade.
Ao contrário desses hipócritas que polulam pela comunicação social e afins, continuo a admirar Mourinho: pelo método, pelo profissionalismo, pela garra e por querer sempre mais e melhor, mesmo estando ele a treinar um clube pelo qual não nutro simpatia nenhuma.
Parabéns Mourinho!
2011 em revista
Janeiro
O ano iniciou com um concerto conjunto entre a La Belle Époque e as Vozes de Esperança. Mais uma vez juntei no mesmo palco os meus dois projectos mais queridos. Foi uma ideia muito arriscada, mas que resultou em pleno. Seis meses de trabalho com a colaboração preciosa de nomes como Afonso Alves, António Alves e Valdemar Sequeira.
Iniciei a aprendizagem de um novo instrumento: saxofone. Foi complicado pegar-lhe mas foi, simultaneamente, a realização de um desejo de criança.
Voltei a trabalhar para a marca CHIP7. Foi uma colaboração delimitada no tempo, mas que me fez recordar grandes momentos da minha carreira profissional e rever velhos amigos.
Nasce o meu sobrinho João. Uma lufada de ar fresco, através do seu sorriso contagiante.
Fevereiro
Desta foi de vez! Comecei a correr, a fazer exercício e a ter cuidado com a alimentação.
Março
A minha primeira prova deste ano: 6km na Corrida do Dia do Pai.
A La Belle Époque e os Bandamecos actuam no Grande Auditório do Conservatório de Música do Porto e, pela primeira vez, toquei saxofone em público.
As Vozes de Esperança actuam na grande festa de aniversário da Associação Recreativa e Cultural de Reformados de Crestuma, um espectáculo que reuniu todas as colectividades da nossa terra. Não sendo as V.E. uma colectividade, ficamos muito orgulhosas por termos sido convidadas a participar.
Abril
Fui convidado a integrar a orquestra de Jazz do CMP, como saxofonista/clarinetista. Para além de tudo o que tenho aprendido nesta formação, conheci um grupo de putos que, para além de músicos extraordinários, são pessoas fantásticas e que me fazem recordar os meus tempos de adolescência.
A La Belle Époque desloca-se a Arazede e a Nespereira, para mais dois grandes concertos.
Nova edição do Encontro de Coros de Crestuma, com a colaboração de dois grandes maestros portugueses: Afonso Alves e Sílvio Cortez. Muita qualidade em palco!
Um amigo oferece à LBE a gravação de um CD.
O Porto é campeão no galinheiro da Luz. Dias depois, no mesmo local, dá a volta a uma eliminatória que muitos consideravam perdida. Ganhar em Lisboa tem sempre um sabor especial.
Maio
Volto a trabalhar com o meu amigo Sérgio Tinoco, desta vez na Fotosport.
Reencontro em palco o grande companheiro Vasco Balio. Foi em Crestuma, no K4. Revivemos velhos tempos e fizemos a primeira experiência de colocar um saxofone nas músicas do Vasco. Depois, foi a Jam!
2º aniversário da La Belle Époque e, pela primeira vez, um concerto nosso foi descrito como “perfeito”. O nosso orgulho não podia ser maior, principalmente por termos partilhado o palco com outras duas grandes orquestras.
O Porto vence a Liga Europa, numa final com pronúncia do Norte. Dias depois, noutra final com pronúncia do Norte, vencemos a Taça de Portugal… e com uma goleada.
Junho
A LBE grava o seu CD. Mais uma vez sou surpreendido pelo empenho e profissionalismo dos meus músicos. Inicia-se um longo processo de produção.
2ª prova da temporada: a Corrida Liberty Seguros Desporto Limpo.
Gravação com a Orquestra de Jazz do CMP para a Antena 2 da RDP.
Julho
Lanche com o pessoal da Orquestra de Jazz do CMP, algures em Cedofeita. Quando convivemos com pessoas especiais, todos os momentos são especiais.
Pela primeira vez em 17 anos de música actuo na Ribeira, no mítico “O meu Mercedes é maior que o teu”, ao lado do Vasco. Enquanto o Vasco fez as despesas vocais e da guitarra, eu reparti-me entre o sax e o piano.
Também com o Vasco, actuei no Cais de Gaia, num evento promovido pela Citroen. Nessa noite, tive uma surpresa linda!
Passei a “viver” no estúdio do Guerra, a ouvir vezes sem conta as oito faixas gravadas pela LBE.
Realizei um desejo antigo: participar na procissão de Santa Marinha, sem ser a tocar… Há muito tempo que não o fazia. Naquela manhã, Crestuma estava linda e pude apreciá-la noutra perspectiva.
Reportagem da RTP sobre a Orquestra de Jazz do CMP.
Agosto
Adeus à Banda da Foz… Adeus à La Belle Époque. Todas as separações são duras mas, quando não dá, não dá… foi o melhor para todos. Da minha parte, “no hard feelings” e as duas instituições continuam a merecer o meu máximo respeito.
A minha mãe partiu para a eternidade. Terminou o seu longo sofrimento nesta terra. Um dia destes, voltaremos a encontrar-nos…
E porque a Vida é um ciclo, vem aí uma nova vida…
É lançada, no terreno fértil que é o Orfeão da Foz do Douro, a primeira semente da Invicta Big Band.
A Orquestra de Jazz do CMP actua ao vivo e em directo no “Verão Total” da RTP.
Setembro
Completei em 2h06m a Meia Maratona do Porto. 21km a correr por puro prazer entre as duas cidades do meu coração: Porto e Gaia. No final da prova ainda recebi os incentivos do Gonçalo e do Vitor… quem mais poderia ser? “Consegui! Consegui! Consegui!” durante vários minutos foram estas as palavras que ecoaram na minha cabeça.
Mais um sonho realizado: fui convidado para realizar três serviços com uma das melhores bandas do país, dirigido por um grande amigo de infância. Três romarias inesquecíveis, nas quais tomei contacto com o melhor da filarmonia de Portugal. É bom aprender com quem, realmente, sabe.
Sou convidado para clarinetista efectivo de uma das mais promissoras bandas filarmónicas portuguesas: a Banda Musical de Souto. É um grande desafio mas, o reportório, a juventude da banda, a formação académica dos seus elementos, a solidez do projecto e a elevada capacidade musical do seu Maestro, fizeram-me aceitar. Os meus companheiros de naipe são ainda mais lunáticos que eu… a coisa promete.
Outubro
A Orquestra de Jazz do CMP viaja a Lisboa para actuar no Centro Cultural de Belém. Mais uma actuação para recordar mas, acima de tudo, grandes momentos vividos durante a viagem.
Nasce a Invicta Big Band.
Festejei o Halloween com os meus amigos Vasco e Teresa. Foi uma noite daquelas que não se esquecem.
Corrida dos Ossos Saudáveis. 6km em 30 minutos!
Novembro
Maratona do Porto. Não, não fiz a Maratona… participei na corrida de 15km (sim! Eram 15km e não 14km como a organização anunciou…). Tempo final: 1h32m19s. Pelo caminho, vários amigos a tocar para animar a malta.
Olha os Replay de novo em palco! E num tributo aos Xutos! Mais uma daquelas noites com a marca “Indycat”.
Primeira actuação da IBB. Não há palavras para descrever a emoção e o orgulho dessa noite.
No dia seguinte, mais um aniversário da Banda Fórum – Filarmónica Portuguesa. Mais uma vez, como a primeira vez.
Dezembro
20. Um marco. 20.
Volta a Paranhos. Pela primeira vez, 10km abaixo de uma hora.
Finalmente, sou um Porto Runner!
Treino de rampas com pessoal da Porto Runners, por ruelas, calçadas, escadarias e afins da Cidade do Porto. Um percurso magnífico. Os meus joelhos protestam.
Assisti a um concerto da Orquestra Ligeira Vale do Sousa. Qualidade! Muita qualidade! Quem é bom não precisa andar a gritar aos quatro ventos “eu sou bom!”. Chega ao palco e toca.
Segundo concerto da IBB… Uma tarde de festa!
Concerto de Natal da Banda de Souto… Outra tarde de festa! (a ser repetida mais duas vezes, em breve)
Alabama Gospel Choir no Coliseu do Porto… fenomenal!
Missa da Véspera de Natal… As Vozes de Esperança “rockam”!
Parabéns a mim! 32!
Sinais de luzes
Esta tarde, quando ia para o meu treino, cheguei a pensar que tinha acontecido alguma catástrofe na Variante 222. Vários automobilistas que circulavam no sentido contrário acendiam e apagavam os máximos, nervosamente.
Pensei que se tratasse de um acidente, no entanto, o trânsito circulava normalmente.
“Que raio?!?! O que é se passará para estar toda a gente aflita?”
Não era nada de especial. Apenas agentes da PSP, dos dois lados da estrada, a mandarem parar alguns veículos.
Agora imaginem que eu era um criminoso, procurado pela polícia. Os “simpáticos” condutores que alertavam toda a gente da presença dos agentes da autoridade naquela via, estavam também a ajudar-me a fugir…
Esta história dos sinais de luzes é um disparate, ao nível do país corrupto em que vivemos. Quem não deve não teme. Qual é o problema da polícia nos mandar parar? Aqui há tempos, se a polícia não me tivesse mandado parar, nunca me teria apercebido que havia um problema com o seguro do meu carro.
Será que as pessoas ainda não perceberam que os sinais de luzes só servem para avisar os prevaricadores?
A terminar o ano…
A terminar:
a) Um pedido de perdão, sinceras desculpas, a todas as pessoas que consciente ou inconscientemente magoei, prejudiquei, maltratei, ofendi… Prometo, que farei um esforço por ser melhor. De verdade. Afinal… sou humano e, como toda a gente, erro…
b) Um agradecimento muito sincero a todos aqueles que, de uma forma ou de outra me apoiaram e estiveram do meu lado nos bons mas, principalmente, nos maus momentos. Graças a vocês nunca me faltou a força, nunca me senti só.
Vocês, melhor do que ninguém, sabem que não foi um ano fácil; sabem que, quando as coisas correm mal, quando erramos, é muito fácil apontar o dedo, criticar, julgar e depois optar pelo afastamento.
Mas, quem nos ama de verdade, quem de facto acredita em nós, está lá sempre, aconteça o que acontecer; compreende-nos na nossa totalidade humana e não apenas pelas atitudes menos correctas e pelos erros.
É um lugar comum dizer-se que é nas dificuldades que descobrimos quem, na verdade, gosta de nós. Talvez 2011 tenha sido o ano em que eu tenha feito essa descoberta…
Memórias de Natais passados
“Ó menino, anda tomar o leite e depois voltas p’rá cama…”.
Era assim que começavam as minhas férias de Natal. A voz doce da minha mãe vinha acordar-me, como fazia todos os dias, mas com a diferença de que, após tomar o pequeno-almoço, poderia voltar a dormir.
Regressado à cama, ligava o rádio e adormecia embalado pelo ambiente natalício emanado pelas ondas hertzianas.
Quando ainda criança, a primeira coisa que fazia quando, definitivamente, me levantava era ir a correr para o Presépio e ficar ali uns instantes a admirá-lo, imaginando que aquelas humildes figuras de barro ganhavam vida. Imaginava sons, diálogos, pensamentos…
Depois era agarrado pela televisão, onde abundavam os desenhos animados, mini-séries, filmes e especiais de Natal. Algumas vezes, a minha existência solitária de filho único era alegrada pela visita do Carlos.
Mais tarde, mais crescido, os dias de férias eram preenchidos na companhia do Paulo. Entre longas partidas de ténis de mesa, ou na mítica consola Atlantis, íamos matando o tempo, contando os dias até ao Natal…
Eram tempos em que o Natal era vivido segundo a segundo, com uma intensidade que só a ingenuidade pueril permite. Ando à procura dessa ingenuidade, ando à procura de um Natal em câmara lenta…