CLÁSSICOS FILARMÓNICOS
Terceira Temporada – “Qual é que vai?”
“Obra que eu gosto mesmo de ouvir numa banda é o Capricho Italiano! Quem tocar o Capricho Italiano, a mim, deixa-me satisfeito!”
Disse-me uma vez, o meu tio Zeca, grande apreciador de bandas, com incontida emoção. O meu tio Zeca levantava-se de madrugada para “apreciar a entrada das bandas”.
Lembro-me que nesse dia “discuti” com o meu tio Zeca, pois estava na minha fase “as bandas não devem tocar transcrições.”
As pessoas mudam, amadurecem e, de facto, apesar da imensa dificuldade, o Capricho Italiano, quando bem tocado, resulta.
Aliás, a escrita sinfónica de Tchaikovsky, normalmente, resulta nas bandas.
“Já completei os esboços de uma fantasia italiana fundada em melodias folclóricas, para a qual acredito que pode ser prevista uma boa fortuna. Será eficaz, graças às melodias deliciosas que consegui reunir, em parte de antologias e em parte dos meus ouvidos nas ruas.”
…disse o próprio em carta à sua amiga e patrona Nadejda von Meck.
Inicialmente intitulado de “Fantasia italiana”, foi originalmente dedicado ao violoncelista virtuoso Karl Davidov, e estreou em Moscovo a 18 de dezembro de 1880, com Nikolai Rubinstein à frente da Sociedade Musical Imperial Russa.
Aqui fica na interpretação da Banda de Revelhe – Fafe, sob a direcção do Maestro Paulo Pereira: