(texto inicialmente publicado no Facebook, a 22 de Maio)
Só pela entrada esta rapsódia já merece destaque. Diz logo ao que vem: sol, calor, cor, festa, bifanas e minis e povo a dançar.
Confesso que durante muito tempo não fui apreciador deste estilo rapsódico.
Mas, numa bela noite de Verão, algures para os lados de Chaves, numa festa onde foi pedido às bandas para tocarem “música para dançar”, toquei os “Cantares de Sempre” e ao fim de meia-dúzia de compassos, já toda a gente dançava no arraial. E dançaram a noite toda.
E pensei “agora sim, isto faz sentido…”
Valdemar Sequeira é uma grande figura da nossa filarmonia, não só pelas suas obras, mas pela marca que deixa nas bandas por onde passa enquanto Maestro.
A primeira vez que o vi, foi como músico, apresentando-se a solo com a orquestra de sopros do Conservatório de Música do Porto, com um concerto para trompa de Mozart. Tempos mais tarde, comecei a ter contacto com as suas marchas. A partir daí…
A vida musical aproximou-nos, ficamos amigos e os filhos dele trabalham frequentemente comigo. A Sílvia Sequeira dispensa apresentações, todos conhecemos como virtuosa soprano e o Pedro Sequeira (o “Pedrinho” da respectiva marcha) é um exímio trompetista.
A filarmonia portuguesa estará, eternamente grata, ao extenso reportório que Valdemar Sequeira continua a proporcionar-nos.
Obrigado, Maestro!
“Cantares de Sempre”, rapsódia bem “minhota”, aqui pela Banda de Cambres, sob a direcção de Orlando Rocha.