António Pinheiro

Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

As Europeias, o B.E. e o carro do Louçã

Junho 13th, 2009

Perante o bom resultado do B.E. nas Eleições Europeias a minha mulher exclamou indignada: “está tudo doido!” Ela não compreende como há tanta gente a votar num partido de extrema esquerda. De facto, se é grave a ascensão de partidos de extrema direita um pouco por toda a Europa, não deixa de ser menos grave a ascensão de um partido de extrema esquerda em Portugal. A História provou que os extremos, quer de um lado, quer de outro, nunca fizeram bem a ninguém.

Mas como explicar estes resultados, por parte de um partido ideologicamente vazio?

1º – As duas grandes referências políticas nacionais, PS e PSD, estão cada vez mais iguais e a História recente demonstra que estando um, ou outro, no poder, pouco se reflecte na vida quotidiana dos portugueses

2º – O Partido Comunista parou em 1974.

3º – O CDS, apesar de ter um discurso político interessante e de defender causas importantes, tem um líder pouco credível.

4º – Sobra o Bloco.

Para além de tudo isto, o Bloco tem um discurso “fixe”, ou seja, diz às pessoas aquilo que elas querem ouvir:

– diz aos jovens que fumar charros é fixe;

– diz às mulheres que abortar é fixe;

– diz aos imigrantes que podem entrar e andar no nosso país à vontade, a assaltar carros nos semáforos e afins;

– diz aos homossexuais que podem casar e adoptar crianças e que tudo isso é muito fixe;

– diz aos criminosos que eles são fixes, que cometer crimes é fixe e que os tipos da polícia são uns “mete nojo”.

Ou seja, em poucas machadadas mata muito coelho eleitoral e manda dois deputados para Bruxelas.

Felizmente, estamos tranquilos, porque esses dois deputados vão renunciar ao chorudo salário proveniente do Capitalismo Europeu e vão dar esse dinheiro aos pobrezinhos!

P.S – Descobri outro dia que Francisco Louçã conduz diariamente um Audi topo de gama, daqueles em meia dúzia de quilómetros esvazia um poço de petróleo. Da próxima vez que eu ouvir este senhor falar em questões como despesismo, sinais exteriores de riqueza ou políticas ambientais, vou-me rir… ai vou, vou!

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